Em 2010, arriscou uma postura mais eletrizante em “Energia”, de onde saiu Tela, que muito brilhou no filme “Contraluz”.
Para 2012 é esperado um novo álbum de estúdio, além de outros projetos, ainda no segredo dos «Santos».
Até lá, prosseguem com as comemorações de 20 anos de carreira, das quais vai resultar um registo ao vivo, certos de estarem mais maduros, conscientes e unidos que nunca. Se continuam românticos? Quanto baste, garantem.
Palco Principal - Os vossos três primeiros álbuns – “Onde Estás”, “Love” e “Voar” – foram um enorme sucesso, atingiram a Platina e o Ouro, com os respetivos singles a figurarem, invariavelmente,nos Tops das rádios nacionais. Com “Horas de Prazer”, “Acção Reacção” e “Energia” não causaram tanto «barulho». Pode falar-se num abrandamento da carreira dos Santos e Pecadores no século XXI?
Santos e Pecadores – É o processo natural de uma carreira com muitos anos. Não é fácil conseguir manter o nível de sucesso em todos os trabalhos e os Santos e Pecadores não são exceção.
PP - Na vossa opinião, qual o motivo para os mais recentes álbuns não terem causado tanto impacto quanto os anteriores?
SeP - Quanto a nós, os trabalhos “Horas de Prazer” e “Acção Reacção” tiveram menor visibilidade devido a uma série de fatores, o primeiro dos quais a falta de promoção do “Horas de Prazer”, uma vez que foi lançado pela editora numa altura em que o gabinete de promoção da mesma se tinha demitido e, como sabemos, esse processo, hoje mais do que nunca, é fundamental para qualquer tipo de produto. Depois, o facto de não editarmos um álbum de originais durante tantos anos – o “Acção Reacção” foi lançado cinco anos depois do “Horas de Prazer” – fez com que as pessoas, naturalmente, se fossem esquecendo da banda. Acho que este tempo foi demasiado para o público. E durante este período a banda também passou por bastantes alterações, desde a mudança de manager, à mudança de editora e até da própria agência de espetáculos. Todo este processo demorou bastante tempo… Por último, posso apontar a transformação do mercado. Os CDs deixaram de se vender da forma como se vendiam, as pessoas começaram a optar por outras formas de obter música. Contudo, o último álbum, “Energia”, não passou, propriamente, ao lado do público, uma vez que o tema Tela tem tido bastante exposição desde o filme “Contraluz”, editado em julho de 2010, está com grande rotação nas rádios, não falando dos visionamentos no Youtube.
PP – O aumento do nível de exigência do público, que tem procurado novas e diferentes sonoridades, não poderá, também ter contribuído?
SeP – Não sei se o público se tornou mais exigente, basta olhar para o top semanal de vendas… É possível e natural, no entanto, que procure novas sonoridades. Nós próprios fazemos isso todos os dias e acho muito saudável.
PP - O último disco, “Energia”, evidencia uma mudança na sonoridade dos Santos & Pecadores, que, no álbum, apostaram num estilo mais eletrizante. Esta mudança foi, de certa forma, uma tentativa de alcançar novos públicos, de revitalizar o grupo?
SeP – Foi aquilo que sentíamos na altura, quando estávamos a compor. Existia uma energia muito natural e positiva no ar e isso fez-se sentir nos temas, por isso demos o nome “Energia” ao CD. Nunca fizemos os discos a pensar num público-alvo, fazemos aquilo que gostamos e nos dá prazer como banda. Quando começarmos a pensar que temos que agradar a este ou àquele, acho que soaremos muito pouco naturais.
PP - Continuam, contudo, a falar de amor. Consideram-se românticos por excelência?
SeP – Falamos sobre diversos temas, não só sobre amor. Normalmente, o que acontece é que o timbre de voz do Olavo resulta melhor em temas calmos e, por isso, os singles acabam por recair, maioritariamente, neste tipo de canções. Mas o amor continua a ser parte do dia-a-dia de todas as pessoas, por que não continuar a falar sobre ele? Achamos importante. Românticos? Quanto baste.
PP - Muitas das vossas canções continuam a ser imortalizadas em programas de televisão, nomeadamente em programas de novos talentos. Qual é a sensação de ouvirem novas vozes a interpretarem os vossos temas?
SeP – É uma sensação excelente. O facto de novas vozes os interpretarem significa que os temas marcaram as pessoas. Pena que a maioria dessas vozes não passe dos programas, seja utilizada e explorada para único benefício das televisões e respetiva publicidade. Por vezes, perdem-se grandes valores. Salvaram-se a Sara Tavares e o João Pedro Pais…
PP - Qual a relação dos Santos e Pecadores com as redes sociais? Tentam tirar o maior proveito das suas funcionalidades, em prol da vossa carreira?
SeP – Estamos, neste momento, a trabalhar nesse sentido. Achamos muito importantes estes novos meios de comunicação e divulgação. O futuro passa por aqui.
PP- Encontram-se a comemorar 20 anos de carreira. Ao olhar para atrás, o que é que mudou em vocês enquanto grupo?
SeP – Enquanto grupo, fortalecemos os laços que nos unem, tanto na música como na amizade. Estamos mais maduros musicalmente, mais conscientes de tudo o que se passa à nossa volta e da importância que tudo isso tem na nossa carreira.
PP – Lançam, a 5 de dezembro, e em modo de celebração, “20 Anos – Ao Vivo no CCB”. Qual o próximo passo para os Santos e Pecadores?
SeP – O próximo passo será um novo trabalho de originais, ainda durante 2012. Temos mais projetos, mas, por enquanto, estão no segredo dos «santos».
Ana Cláudia Silva c/ Sara Novais
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