O concerto, às 16:00, pelos organistas Sérgio Silva (órgão do Evangelho), Isabel Albergaria (órgão da Epístola), David Paccetti Correia (órgão de São Pedro d'Alcântara), Margarida Oliveira (órgão do Sacramento), Diogo Rato Pombo (órgão da Conceição) e Daniela Moreira (órgão de Santa Bárbara), inclui a Sinfonia para a Real Basílica de Mafra, composta por António Leal Moreira.

Este conjunto de órgãos, cujo restauro terminou em 2009, é único no mundo, o que, segundo a organização, tem motivado grande interesse no estrangeiro. “Círculos de melómanos estrangeiros sabem isso mesmo, o que faz com que se registem reservas por grupos de franceses, alemães e norte-americanos, por exemplo, muitas vezes, com meses de antecedência”, afirma a organização em comunicado enviado à Lusa.

Além da atuação conjunta dos seis órgãos, o programa prevê igualmente a interpretação isolada de cada um dos instrumentos.

O programa inclui composições de Johann Sebastian Bach, nomeadamente o Coral da Cantata BWV 147, uma das cantatas da Anunciação, "Herz und Mund und Tat und Leben” ("Coração, boca, feitos e vida", em tradução literal), com arranjo para seis órgãos de João Vaz, além de peças de José Marques e Silva, Samuel Arnold, John Stanley, François Couperin, assim como de um anónimo português, “Discurso de 1.º tom”, e de Luigi Boccherini, de quem será escutada a transcrição de “Fandango”, com arranjo para seis órgãos de Yves Rechsteiner.

O concerto inaugural após o restauro dos seis órgãos realizou-se no dia 15 de maio de 2010. O restauro foi iniciado em 1999 pelo mestre organeiro Dinarte Machado, e foi orçado em um milhão de euros, suportado pelo Ministério da Cultura e por vários mecenas.

O complexo restauro foi acompanhado por uma comissão científica, liderada por Rui Vieira Nery, e foi distinguido em 2012 com um prémio Europa Nostra.

Os órgãos foram construídos em 1807 pelos mestres organeiros António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes, por ordem do príncipe regente D. João, futuro D. João VI. Precisamente em 1807, pela primeira vez, as tropas napoleónicas invadiram Portugal, levando a Família Real a partir para o Brasil, pelo que os órgãos tiveram pouco uso, como explicou à Lusa Dinarte Machado.

Antes do início deste último restauro, os órgãos “estavam inativos e alguns impossíveis de tocar” explicou o mestre organeiro à Lusa, que ressalvou, como exceção, um dos órgãos da capela-mor.

Desde a sua inauguração têm-se realizado temporadas regulares de música na Basílica de Mafra e foi instituído pelo Governo português o Prémio Internacional de Composição Machado e Cerveira, que distingue, de dois em dois anos, uma composição original para seis órgãos.

@Lusa