O espetáculo, organizado pelo pelouro da Cultura de Vila Nova de Gaia, vai trazer o trabalho com que o músico interrompe um silêncio de três anos, desde “Mixed race” e que é assumido como regresso às suas origens e ao trabalho de estreia “Maxinquaye”. “False idols” respira o ar dos anos de 1990 e da editora Island que tornaram Tricky sinónimo de um género musical, o “trip-hop”.

“Estive perdido uma eternidade”, escreveu Tricky, aliás Adrian Thaws, no seu sítio oficial. “Estava a tentar provar alguma coisa às pessoas, a tentar agradar-lhes e agradar a mim próprio ao mesmo tempo, o que nunca iria resultar. Para ser honesto, tenho andado a vaguear desde Chris Blackwell e Island. Os meus dois últimos álbuns, eu pensava que eram bons, mas agora que percebo que não. Este álbum é acerca de me encontrar comigo outra vez”.

À semelhança do que já vinha a vindo a acontecer em anteriores registos, Tricky reuniu-se de vários amigos para dar voz às suas canções, muitos deles jovens artistas – Peter Silberman, vocalista e líder dos The Antlers, a nigeriana Nneka e ainda dois nomes da sua nova editora a também designada “False Idols”, Fifi Rong e Francesca Belmonte,

Esta jovem londrina é a intérprete do single de apresentação “Nothing’s Changed”, que já pode ser ouvido e descarregado gratuitamente no site http://www.trickysite.com .

Nascido no seio de uma família multicultural, com raízes inglesas, jamaicanas e guianesas, Tricky demonstrou desde cedo uma grande sensibilidade musical. Alguns episódios trágicos marcaram a sua infância e na adolescência chegou a ser preso. Começou a escrever letras aos 15 anos, na altura influenciado pelo “hip hop”.

Esteve na génese dos Massive Attack, mas nunca se sentiu parte da banda, preferindo enveredar por uma carreira a solo. Em 1995 explode “Maxinquaye” (de onde brotam hits como "Aftermath" ou "Black Steel"), álbum do ano no Reino Unido, batendo os Blur, os Oasis e os Pulp numa altura em que o “britpop” estava em alta. Era a consagração não só de Tricky, mas também de Bristol e do movimento “trip hop”. "Evolution Revolution Love" permanece como um dos hinos da sua carreira.

Este ainda é só o primeiro nome revelado dos Concertos de Verão – Serra do Pilar, que o ano passado assistiram à atuação dos Echo and the Bunnymen, Manfred Mann, Rui Veloso e Luís Represas com João Gil.

@Lusa