Os artistas, numa mensagem enviada à agência Lusa, relatam uma série de “problemas surgidos com a diretora do MNAC”, desde o início da exposição “Herança”, inaugurada em 18 de maio, e que estará patente no Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) até 26 de setembro.

De acordo com Ana Vidigal e Nuno Nunes-Ferreira, ficou acordado que a exposição seria realizada no âmbito do apoio mecenático da Fundação Millennium BCP, o que permitiria a produção de um catálogo. O acordo previa também uma visita guiada, com a presença dos artistas, no dia 16 de junho, e uma mesa-redonda no dia 22 de setembro.

No entanto, alegam, “nenhuma das condições foi cumprida”. Os artistas ponderam mesmo “retirar as obras do museu”.

Questionada pela Lusa, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) garantiu que “os compromissos acordados entre a direção do MNAC e os artistas Ana Vidigal e Nuno Nunes-Ferreira têm estado, até agora, a ser integralmente cumpridos, no registo de boa-fé e integridade que caracteriza o relacionamento institucional entre a DGPC e os representantes da comunidade artística”.

Na resposta enviada à agência Lusa, a DGPC repudia “veementemente qualquer campanha difamatória levada a cabo no espaço público, nomeadamente nas redes sociais, que seja lesiva da reputação e do bom nome dos equipamentos culturais e das suas equipas, pondo em causa o seu profissionalismo e seriedade”.

Esta posição da DGPC foi tomada na sequência da divulgação nas redes sociais das acusações dos artistas à direção do MNAC.

A DGPC sublinha ter, “perante situações de divergência ou de conflito, total disponibilidade para dialogar no sentido da sua boa resolução”, considerando que “esse diálogo deve realizar-se em sede própria e pelos canais adequados”.

Os artistas deram conta das acusações, através dos seus advogados, à DGPC, à diretora do MNAC e ao Ministério da Cultura.

“Herança” tem curadoria da investigadora e diretora do MNAC, Emília Ferreira.

A mostra realiza-se no ano em que se assinalam os 60 anos do início da Guerra Colonial, e “revela parte de dois arquivos pessoais, duas heranças de dois artistas cujos pais tomaram parte nesse momento traumático da história, que colocou Portugal num conflito armado com outros países, então suas colónias”.