A 1 de julho, junto à Torre de Belém, no encerramento das Festas de Lisboa, os Buraka Som Sistema organizam o "Globaile", um evento que contará com atuações dos próprios e de outros cinco artistas com quem partilham afinidades e dizem merecer mais atenção: português Kking Kong, o angolano Dotorado Pro, os sul-africanos Batuk, os peruanos Dengue Dengue Dengue e o rapper brasileiro MC Bin Laden.
Em entrevista à agência Lusa, os músicos Kalaf e Rui Pité (Riot) explicaram que o "Globaile" é o começo de uma nova fase dos Buraka Som Sistema, aproveitando o facto de estarem a celebrar os dez anos.
"Aí está uma oportunidade para repensar o que fizemos e tentar deixar uma marca na cidade e aproveitar o facto de sermos embaixadores da música de cariz global, feita a partir de Lisboa; atrair as pessoas para virem para a nossa cidade e viverem esse movimento", afirmou Kalaf.
Riot concretizou: "Sentimos que [Buraka Som Sistema] se transformou numa coisa acima de nós, tornou-se quase num movimento que exige ser explorado. (...) Agora é pegar nisto e fazer uma versão 2.0. Produzir eventos, músicos, fazer livros, não deixar que o espírito morra, que se dissemine por vários ramos culturais".
O trabalho dos Buraka Som Sistema em torno da música eletrónica e de dança, mas com tantos outros géneros no cartão de identidade, projeta-se agora no "Globaile", que tem a intenção de ser um ponto de encontro anual em Lisboa.
"Um evento vai tentar que seja um legado que Buraka deixará para a cidade (...). Sentimos que Lisboa atravessa um bom momento, vive o seu momento mais criativo no que toca à música de dança. Há dez anos não falávamos de kizomba e kuduro, como música do ‘top’ dez português, e hoje isso acontece", refletiu Kalaf.
O grupo, que integra Kalaf, Riot, Branko, Conductor e Blaya, iniciou em fevereiro, na Colômbia, uma digressão que celebra os dez anos de vida e que assinala esse momento de pausa para reflexão.
Essa digressão já passou por muitos dos países que marcaram a história dos Buraka Som Sistema, como o Reino Unido, a Colômbia, a Holanda e a Bélgica.
Em dez anos, o grupo deu mais de 800 concertos, editou três álbuns e um EP e abriu caminho para um modo de entender a música para lá do que se passa num palco.
"Estamos todos a produzir outras coisas, a levar o som de Buraka Som Sistema a outras paragens. Queremos voltar para estúdio e expandir um pouco a nossa identidade musical. Queremos descobrir outras artistas, de cavar até encontrar os diamantes em bruto", disse Kalaf.
O "Globaile", que é descrito como uma festa que reunirá outros Buraka Som Sistema espalhados pelo planeta, começará às 17:00 e terminará com a derradeira atuação dos Buraka.
A entrada será gratuita.
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