O recinto abriu pelas 15h00 e, pelas 17h30, largas centenas de pessoas já estavam no Parque da Bela Vista, algumas a ver Rodrigo Leão no palco principal e outras a aproveitar as muitas sombras.

Nas mesas de madeira junto de uma das zonas de restauração, a Lusa encontrou um grupo de estrangeiros, que tinham acabado de se conhecer, unidos em Lisboa pelo “cartaz maravilhoso” do MEO Kalorama.

Kate Trayer e Alex Mason vieram do Reino Unido, de propósito para o festival, aproveitando para passarem uma semana de férias em Lisboa, onde estiveram pela primeira vez no ano passado.

Os Chemical Brothers, Arctic Monkeys e Jessie Ware foram a razão para se arriscarem pela primeira vez num festival português. Até ver, só têm elogios: “o sítio é ótimo, está muito bem organizado, as bebidas são mais baratas [do que no Reino Unido], o bilhete também e tem um bom ambiente”.

Compraram o passe do festival em janeiro, a 80 euros cada. “No Reino Unido só o concerto dos Arctic Monkeys custaria isso”, salientaram.

Momentos antes, tinham conhecido dois neerlandeses e uma portuguesa, todos a viverem nos Países Baixos. Jadzia Klimkiewicz contou à Lusa que tinha pensado ir a um festival nos Países Baixos, cujo passe custava 250 euros. Foi a amiga Maria Almeida que lhe falou no Kalorama, onde queria ver os Arctic Monkeys.

The Chemical Brothers
créditos: Tomás Soares Nogueira

Há uns meses, quando viu que o passe lhe custaria 120 euros (o valor foi aumentando à medida que se aproximavam as datas do festival) e que no cartaz estavam James Blake, Moderat, Arctic Monkeys e Peaches, não hesitou.

“Foi quase tudo do cartaz, na verdade que me levou a decidir vir. O cartaz é muito bom”, salientou.

Também os lisboetas Joana Ramos e Francisco Frias salientaram à Lusa o “cartaz maravilhoso”, com destaque para James Blake, Nick Cave and The Bad Seeds, Arctic Monkeys, Chemical Brothers e Kraftwerk, para terem optado por comprar o passe de três dias.

No novo festival, Francisco gosta “do espaço”. “Tem muita sombra e as colinas dão para ver bem os palcos”, salientou. Joana lamenta a “falta de cinzeiros”, mas aplaude “a reutilização dos copos, o recurso ao sistema ‘contactless’ para os pagamentos e os WC não binários”. Francisco junta a essa lista as “muitas opções de comida”.

Quando questionados sobre se fazia falta mais um festival de verão em Portugal, respondem em uníssono que “com este tipo de música sim”.

As gémeas Catarina e Margarida Fonseca, também de Lisboa, concordam.

“Tem um cartaz bem curado, para gostos diferentes todos os dias, e colmata lacunas de outros festivais”, referiu Margarida.

Compraram bilhete só para hoje, porque “é preciso fazer opções”. Os concertos de Chemical Brothers e Kraftwerk ajudaram a decidir o dia. O mesmo aconteceu com David Birra. Este lisboeta destaca “o espaço e a envolvência” e também sente que havia espaço para mais um festival. “Nota-se diferença dos outros, tem um cartaz muito variado”, referiu.

Também o ministro da Cultura, que pelas 18h30 chegou ao recinto para uma visita ao espaço considera que o calendário de festivais português ainda tinha espaço para mais um.

“Os festivais não competem entre si, complementam-se. A procura que este festival tem, demonstra que há espaço para termos mais oferta deste tipo, não apenas em Lisboa, mas no Porto, no Interior”, disse aos jornalistas.

YEARS AND YEARS
créditos: Tomás Soares Nogueira

Para Pedro Adão e Silva, “multiplicar a oferta é fundamental”. “Se houver equilibro entre programação, sustentabilidade social, ambiental e financeira dos festivais, há espaço para crescer e isso é muito interessante para a democratização da Cultura em Portugal”, referiu.

O ministro, melómano assumido, parou para assistir a parte do concerto de Fred, que apresentou no Palco Futura o seu álbum mais recente, “Series Vol.1 – Madlib”, uma espécie de tributo ao DJ, produtor e rapper norte-americano Madlib (Otis Jackson Jr.), que o ministro classificou de “extraordinário” e “ainda melhor ao vivo”.

Além de Fred, Pedro Adão e Silva esperava conseguir assistir ainda na quinta-feira ao concerto de James Blake, e conta regressar na sexta-feira ao festival para o concerto dos Arctic Monkeys, mas já ‘à civil’.

O primeiro MEO Kalorama decorre até sábado e o cartaz inclui ainda, além dos artistas e bandas referidas anteriormente, Ornatos Violeta, Róisín Murphy, Disclosure, The Legendary Tigerman, Boma Estéreo, Blossoms, Moullinex, Peaches, Chet Faker e Club Makumba.

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