A Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), num comunicado hoje divulgado, recorda que “a DGS [Direção-Geral da Saúde] e o Governo recomendaram e/ou ordenaram compulsivamente o cancelamento de espetáculos e eventos cultuais com determinadas características”, garantindo que, “até hoje, para além de não ter manifestado interesse em ouvir a APEFE, o maior representante do setor, também não apresentou igualmente nenhum plano ou proposta de apoio financeiro que possa de alguma forma reduzir os prejuízos das empresas e promotores individuais em todo o país, associados ou não da APEFE”.

O Governo português recomendou a suspensão de eventos em espaços fechados com mais de mil pessoas e em espaços abertos com mais de cinco mil.

Na sequência dessa recomendação, foram cancelados vários eventos e espetáculos nos últimos dias um pouco por todo o país. Além disso, várias autarquias anunciaram o encerramento temporário de teatros e salas de espetáculos.

A APEFE lamenta que “todas as medidas aconselhadas ou impostas pela DGS, pelo Governo ou por outras entidades públicas relativas a espaços culturais e eventos, estejam a ser tomadas sem qualquer consulta prévia às salas de espetáculos privadas, aos promotores de espetáculos e eventos e à única associação do setor”.

A associação garante que “tem acompanhado atentamente e com muita preocupação nas últimas semanas, e sobretudo nos últimos dias” a situação no mundo, e em particular em Portugal, relativa à epidemia de Covid-19.

“Nesse sentido a direção da APEFE, com os seus associados, tem tomado e aconselhado um conjunto de medidas à escala nacional de acordo com as indicações da DGS, nomeadamente a higienização de salas de espetáculos, criação de salas de isolamento, colocação de desinfetantes nos locais dos eventos, assim como sinalética desaconselhando cumprimentos e beijos sociais”, afirma a associação.
Tendo em conta “a diretiva da DGS de adiar ou cancelar todos os eventos com determinadas características, a APEFE recomenda aos seus associados e a todos os promotores do setor, o adiamento de todos os espetáculos e eventos marcados e que se enquadrem nas recomendações e proibições da DGS, até ao próximo dia 03 de abril, num ato de responsabilidade, consciente e por forma a travarmos a propagação deste vírus gripal”.
No entanto, para a APEFE não é “razoável recomendar ou mesmo proibir o encerramento de espaços culturais (teatros, auditórios, exposições, etc.) e o cancelamento de eventos culturais ao ar livre, independentemente da lotação dos mesmos, tornando estes recintos como a principal fonte de propagação do surto do vírus Covid-19, aos olhos do público em geral”.
A terminar, a APEFE garante que “continuará, como até agora, disponível para ser ouvida, colaborar e contribuir em todas as medidas que possam minimizar e ajudar os nossos associados, a população e o país em geral a travar esta ameaça, com a mesma responsabilidade e sentido de missão que nos tem orientado em todas as nossas posições”.

A APEFE, formalizada em 2017, reúne algumas das maiores promotoras de espetáculos, como a Everything is New, a Música no Coração, a Ritmos, a UAU, a Ritmos & Blues, a Better World, a Ao Sul do Mundo, a Sons em Trânsito, a Uguru e a Regiconcerto.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em 28 países e territórios.
Em Portugal, a DGS atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59.
O boletim divulgado hoje assinala também que há 83 casos a aguardar resultado laboratorial e 3.066 contactos em vigilância, um aumento face aos 667 divulgados na terça-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 471 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública reúne-se hoje para discutir medidas de contenção do surto de Covid-19, incluindo a possibilidade de antecipação das férias escolares da Páscoa.

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