O terceiro título do historiador Valentim Alexandre, sobre a fase final do colonialismo português, a “derradeira” obra do antropólogo Marshall Sahlins e o "testamento literário" de Nelida Piñon são algumas das novidades na terça-feira apresentadas pelo grupo editorial Bertrand/Círculo.

“No Fio da Navalha – Portugal e a Defesa do Império (1961: Abril a Novembro)”, o terceiro livro de Valentim Alexandre, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, no qual aborda a última fase do colonialismo português, que percorre o período após a tentativa de golpe de Estado em 1961, "conhecido como Abrilada”, é publicado este mês pela Temas e Debates.

Também por esta chancela e este mês, sai “A Ciência Nova do Universo Encantado”, “derradeira” obra do antropólogo norte-americano Marshall Sahlins (1930-2021), que propõe “repensar e reconfigurar radicalmente o modo como estudamos as culturas diferentes”, segundo a editora.

Em outubro a Temas e Debates prevê publicar a versão em Banda Desenhada (BD) de “Capital e Ideologia”, de Thomas Piketty, estando ainda calendarizada a saída de “Nómadas – Povos em Movimento, Uma História por Contar” do jornalista e escritor de viagens Anthony Sattin.

Para esse mês estão também anunciados “Uma Nova História da Europa Central – Os Reinos do Meio”, de Martyn Rady, professor emérito de História da Europa Central na Escola de Estudos Eslavos e do Leste Europeu da Universidade de Londres, autor de “Os Habsburgos” (2020), e “Confronto de Ideias – Grandes Mentes, Pensamentos Diferentes”, do físico e astrónomo Marcelo Gleiser, que “reúne as palavras dos mais renomados cientistas, filósofos, historiadores e intelectuais", entre eles António Damásio.

Também em outubro, a Temas e Debates publica o “testamento literário” de Nelida Piñon (1937-2022), que “se compõe de breves fragmentos, numa obra que se assemelha a um diário”, intitulada “Os Rostos que Tenho”.

A obra da escritora brasileira que morreu em Lisboa no passado mês de dezembro, totaliza 147 capítulos e é prefaciada por Lídia Jorge.

Para novembro, a Temas e Debates tem prevista a publicação de “Rebeldes Magníficos – Os Primeiros Românticos e a Invenção do Eu”, de Andrea Wulf, obra “sobre o notável grupo de jovens que, através das suas [...] ideais radicais, lançaram o Romantismo na cena mundial”.

“O Sonho de Ulisses”, do historiador espanhol José Enrique Ruiz-Domènec, que aborda “a importância do legado do Mediterrâneo na cultura mundial”, e ainda “Um Mundo Imenso”, do anglo-norte-americano Ed Yong, vencedor de um Prémio Pulitzer, são outros títulos anunciados.

“As Histórias de Israel e o Israel da História”, de Francisco Martins, é o título que encerra o ano editorial da Temas e Debates.

A lista da Quetzal inclui as “Memórias de Uma Menina Bem-Comportada”, de Simone de Beauvoir, que regressa este mês às livrarias, “O Sexo das Mulheres”, de Anne Akrich, e ainda “o inteligentíssimo romance” de Julia May Jonas, “Vladimir”, e “Antídoto”, um projeto de colaboração de José Luís Peixoto com os Moonspell.

Para outubro, está prevista a “Arte de Amar”, de Ovídio, numa edição bilingue latim-português, com tradução de Carlos Ascenso André.

A este juntam-se o primeiro romance do arqueólogo Henrique Raposo, “As Três Mortes de Lucas Andrade”, "uma história sobre a pobreza, o mal, a violência e a periferia”, o novo de Sérgio Godinho, “Vida e Morte nas Cidades Geminadas”, que se passa em Compiègne, no noroeste de França, e em Guimarães, e a biografia “Vidas e Mortes de Abel Chivukuvuku”, de José Eduardo Agualusa na qual “nos conta a história de Angola" através do nome de um homem cujo nome, Chivukuvuku, significa "bravura".

O ensaio de Mário Vargas Llosa “História de Um Deicídio”, sobre a obra de Gabriel García Márquez, com tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, também está anunciado para outubro.

A “Poesia Completa”, de Horácio, numa tradução de Frederico Lourenço, deverá ser publicada em novembro, assim como uma nova edição de “Mao. A História Desconhecida”, de Jung Chang, resultado “de mais de uma década de pesquisa e de inúmeras entrevistas com muitos dos que privaram com Mao Tsé-Tung {1893-1976)”.

“A Mercearia do Mundo”, dicionário organizado por Pierre Singaravélou e Sylvain Venayre, com tradução de Sandra Silva e Luísa Mellid-Franco, é outro título para a época. Trata-se de “um dicionário da globalização dos produtos alimentares, do vinho do Porto ao sushi, do ceviche ao ramen, do chili ao cuscuz, da maionese às batatas fritas”.

Ainda na área da gastronomia, a Quetzal publica, em novembro, “A Mesa de Deus”, de Maria Lectícia Monteiro Cavalcanti, com prefácio do cardeal José Tolentino Mendonça, “um livro sobre os alimentos da Bíblia, a sua história, os seus ingredientes e o modo como se preparava a mesa dos homens – à sombra de Deus”.

A Quetzal prevê ainda publicar a “Poesia Completa” do chileno Roberto Bolaño (1953-2003), traduzida por Carlos Vaz Marques.

Pela Contraponto será publicado, este mês, “Imagine Como Seria”, “o legado final de Sir Ken Robinson (1950-2020), antigo professor de Educação Artística da Universidade de Warwick, em Inglaterra, e coautor, com Lou Aronica, de 'O Elemento' (2009)". “Imagina Como Seria” foi concluído pela filha do autor Kate Robinson.

Por esta chancela sairá “Retornados”, de Marta Martins Silva que aborda o regresso a Portugal de 600 mil pessoas após o 25 de Abril de 1974. “Chegaram a um Portugal que os ostracizou, perpetuando uma sensação de abandono a quem partiu de mãos vazias. A autora dá voz a vinte e uma histórias, relatos impressionantes que se cruzam com a análise histórica, política e social da época sobre a qual se edificou o Portugal contemporâneo”, escreve a chancela do Grupo Bertrand/Círculo.

Outro título da Contraponto é “Máquina de Escrever Sentimentos”, de Inês de Meneses, “relato intimista, sincero" de um luto.

Pela Arteplural, em novembro, sai “Aqui Há Gato – Um Almanaque de Factos Felinos”, com 46 ilustrações.

Este mês, pela Pergaminho, entre outros títulos, é publicado “Educar Sem Perder a Cabeça”, de Tânia García.

Na coleção de livros debolso 11x17, está prevista, este mês, a publicação de “Ansiedade – Como Enfrentar o Mal do Século”, de Augusto Cury, “Mrs. Dalloway”, de Virgina Woolf, “O Que Deus Disse”, de Neale Donald Walsch, e, em outubro de “O Inocente”, de John Grisham, e “O Poder Mágico do Jejum”, de Yoshinori Nagumo. Em novembro, “Elevação”, de Stephen King, e “Génese”, de Robin Cook.

O Grupo Bertrand/Círculo inclui a Bertrand Editora, Quetzal, Temas e Debates, Círculo de Leitores, Contraponto, Pergaminho, ArtePlural, GestãoPlus, Verso de Kapa e 11x17, e conta editar cerca de 100 títulos até ao final do ano.