Na exposição “Perambular”, os visitantes podem rever histórias, adágios e expressões caraterísticas de Portugal e Brasil, além de piões, andorinhas de barro das fachadas de algumas casas portuguesas, trajes regionais e lenços de namorados do Minho, espantalhos, bonecas de trapos e demais brinquedos populares, entre outros objetos relacionado com a lusofonia e a diversidade cultural destes dois países.

“Agora, vamos para mais uma cidade do interior de São Paulo, Bauru, onde já existe uma grande expetativa da comunidade para receber este trabalho”, afirmou à agência Lusa Selma Maria, curadora da iniciativa “Perambular”.

Em Jundiaí, onde a exposição pôde ser apreciada durante quatro meses, de 28 de março a 28 de julho, “houve uma grande identificação da mostra com a infância de cada um”, tendo em conta que se trata de uma viagem entre várias regiões de Portugal, incluindo os Açores, e o estado brasileiro de Minas Gerais.

“Foram cinco escolas por dia que agendaram horários e muito público espontâneo que voltou vários dias para ver todos os detalhes, que num primeiro momento é impossível olhar todo o espaço”, declarou a escritora e atriz, que é também investigadora de brinquedos tradicionais e promotora de realizações que visam ligar os temas da infância e da literatura dos países de língua portuguesa.

Ao fazer um balanço da primeira montagem da “Perambular”, anunciou que a abertura em Bauru será no dia 18 de setembro e que, tal como em Jundiaí, são esperadas visitas de pessoas de todas as idades.

“A língua portuguesa brinca e perambula pela natureza, nos objetos e brinquedos, com bichos, dentro das histórias, de malas, na nossa cachola inventiva e poética. Ela se espalha pelo mundo e queremos contar de um outro jeito essas conquistas, vindas principalmente pelo olhar da infância, do brincar com o mundo e as palavras”, declarou a atriz.

Cita Alberto Caeiro, a propósito da “criança eterna” que o heterónimo de Fernando Pessoa “narra tão belamente” no livro “O guardador de rebanhos”.

“O lúdico é uma necessidade humana que carregamos a vida toda”, na sua opinião.

“A exposição, além dos objetos, traz um lugar especial para a palavra, portanto, um olhar para a língua e como ela se manifesta dos dois lados do Atlântico. Cá é asfalto, aí alcatrão. Aqui acostamento, aí berma”, explica, por sua vez, José Santos, assistente da curadoria, contrapondo ainda os exemplos “pernilongos e melgas, viralatas e cães rafeiros, suco e sumo, caquis e diospiros, isopor e esferovite”, entre outros termos.

O escritor realça que “a lista é longa e divertida”, o que mostra que “a língua portuguesa é mais rica do que parece, pois o seu léxico se expande em cada país onde deixa a sua semente, seja no Brasil ou em Angola, Cabo Verde ou Timor-Leste”.

A exposição é promovida pelo Serviço Social do Comércio (SESC) do Brasil, tanto em Jundiaí, como em Bauru, onde poderá ser apreciada entre 18 de setembro e 15 de dezembro.

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