A nova edição do Corpo+Cidade arranca esta sexta-feira pelas 18h00, na Avenida dos Aliados, no Porto, com “B Girls”, de Max Oliveira, seguindo para Matosinhos no sábado, com “Ritual da Vida”, de Bouziane Bouteldja, e no domingo na estação de metro de São Bento, para a apresentação de “escrita / da atenção pluriprisma”, de Flávio Rodrigues.
No fim de semana seguinte, é a Alameda das Fontainhas que recebe um encontro entre o festival e estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, na sexta-feira, seguindo para os Varais da Afurada, em Vila Nova de Gaia, com “Pondo rezas nos lábios”, de Isabel Barros e Carlos Guedes.
No domingo, 30 de abril, pelas 16h00, Maurícia Neves apresenta “What took you so long?”, no Parque da Cidade do Porto, fechando um ciclo de seis apresentações, todas elas de entrada livre.
Integrado desde 2016 na programação do DDD, o Corpo + Cidade “trabalha, sobretudo, a questão do espaço público e a vertente da performance e dança”, explica à Lusa Isabel Barros, coreógrafa e responsável pelo evento.
A ideia dos coordenadores, Barros e Flávio Rodrigues, passa por encontrar artistas virados para a exploração deste “espaço mais desprotegido e arriscado”, que “se interessem pelos lugares”, numa ligação entre programação e criação em conjunto.
"O espaço público, de facto, é um espaço mais democrático, digamos, porque é um espaço que está acessível a qualquer pessoa. (...) Tentamos que seja feito em espaços realmente públicos, de passagem, para que não esteja presente apenas o público do festival, ou mais especializado e atento, mas qualquer pessoa. (...) Essa, para nós, também é uma função extremamente importante”, acrescenta.
Estas apresentações apanham por vezes o público de surpresa, uma ligação a público espontâneo que interessa aos programadores, numa atenção potenciada quando o Balleteatro estava instalado na Avenida dos Aliados, em 2014, no “coração da cidade”, um local que apresenta “uma espécie de cenografia”.
Max Oliveira traz o universo do 'breaking', uma expressão artística e cultural de raiz urbana que será modalidade olímpica em Paris2024, habitual na programação e desta fetia “só com bailarinas”, num “universo mais de homens”.
Bouteldja apresenta, na Casa da Arquitetura, uma “peça muito curiosa”, que tem circulado em França, em novo ênfase na dança urbana, aqui “em cruzamento com a dança contemporânea”.
Flávio Rodrigues dirige um momento “mais performativo” na estação de São Bento, alicerçado num “trabalho de escrita a partir dos materiais”, e no fim de semana seguinte regressa a colaboração com estudantes de Belas Artes.
No dia mundial da Dança, 29 de abril, a própria Isabel Barros junta-se à música de Carlos Guedes para voltar a trabalhar como intérprete vários anos depois, num espaço “que ainda sobrevive” em que as pessoas estendem roupa, do lado da Afurada do rio Douro.
“Tem uma participação muito especial de voz da atriz Luísa Reis, cabo-verdiana, e é um trabalho sobre a relação com o mar”, explica.
O ciclo termina no Parque da Cidade com um solo de Maurícia Neves, que parte de fora daquele espaço verde e depois entra nele, numa “performance inusitada” que consolida “um programa muito diversificado”.
O DDD – Dias da Dança apresenta, até 30 de abril, em 14 palcos, entre Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos, um total de 28 espetáculos, muitos em estreia nacional.
O DDD agrega mais de seis dezenas de artistas ou companhias, de nove países diferentes, com nomes como Faye Driscoll, Emmanuel Eggermont, Tânia Carvalho, Sofia Dias e Vítor Roriz e Gaya de Medeiros no programa.
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