Ao oitavo ano, o festival regressa ao espaço que serviu de lançamento à primeira edição, em 2012. "Sentimos necessidade de voltar ao ponto de partida e nos aproximarmos do rio, que tem uma simbologia interessante na história e cultura da cidade", explica o responsável pelo Metadança.

Para João Fernandes, coreógrafo, fundador e programador do festival, Metadança "tem superado as expectativas" e continua a missão pela "democratização da cultura e da arte", sensibilizando e informando o público para a dança contemporânea, através de uma proposta que "sai ‘fora da caixa' e que é pouco convencional".

Ao mesmo tempo, Metadança dá espaço a "artistas emergentes" e facilita a "aproximação dos alunos do ensino superior ao tecido artístico profissional".

Isso acontece, por exemplo, nas residências artísticas com alunos da Escola Superior de Dança. Em 2019, esse trabalho criativo acontece no próprio Moinho do Papel, dando lugar a várias apresentações públicas no final do festival.

"Será certamente um trabalho diferente do da primeira vez que lá estivemos. O tempo, as pessoas, os artistas envolvidos e até o próprio espaço vai mudando. Vai-se carregando de outras valências e contextos que também vão sendo diferentes, o que altera também a conceção da obra", nota João Fernandes.

Em 2018, o festival esteve envolvido numa polémica, fruto da contestação surgida de alguns setores pela realização de uma residência artística em dança contemporânea numa antiga igreja, sem culto. O responsável pelo festival garante que o Metadança não foi afetado nem condicionado.

"Respeitando sempre todas as opiniões, a única sugestão que podemos fazer é que quem espoletou ou alimentou essa polémica comece a assistir verdadeiramente aos espetáculos, ‘in loco', e não fazer afirmações baseadas em conjeturas", disse.

A discussão e debate gerado são, contudo, encarados como positivos, porque "desenvolver o espírito crítico é bastante importante e nós estamos cá para isso também", afirmou João Fernandes.

A edição de 2019 do festival começa dia 27 de abril no Moinho do Papel, com "Cavalo~Marinho", espetáculo para crianças assinado por Madalena Victorino. No Museu de Leiria é inaugurada a exposição de fotografia "Profunda pele".

No Teatro José Lúcio da Silva, estreiam-se a 3 de maio as coreografias "Cor de burro quando foge", de Margarida Garcez, Bruno Freitas, Susana Vilar e Joana Pinto, e "Fake Dance ou A metáfora do encontro", de João Fernandes e Ângelo Neto.

Dias 4 e 5 de maio são apresentadas no Moinho do Papel as performances desenvolvidas no âmbito da residência artística de alunos da Escola Superior de Dança.