No acordo de colaboração entre o município de Gaia e a sociedade responsável pela organização do festival de verão de Gaia, PEV Entertainment, a que a Lusa teve acesso, a autarquia decide atribuir 200 mil euros, mais IVA, a título de comparticipação financeira.
A câmara justifica este apoio com base no “volume previsível de custos associados à realização do festival” e remete para o montante total gasto na edição anterior.
Segundo o documento, em 2015 o festival Marés Vivas teve um custo de 2,3 milhões de euros, dos quais 1,4 milhões destinados a artistas convidados e o restante para produção técnica que inclui logística, staff, promoção, entre outros.
A decorrer entre os dias 14 e 16 de julho, a próxima edição do Marés Vivas Para tem já confirmadas as atuações de Elton John, Kelis e D.A.M.A, para o primeiro dia, James Bay, Dengaz e a banda Kodaline no segundo, Rui Veloso e James a encerrar.
A preparar-se para a sua 14.ª edição, o Marés Vivas vai mesmo ter de mudar de lugar e deixar o anterior espaço, junto à Douro Marina, onde está prevista, e licenciada pelo anterior executivo, a construção de sete prédios que podem ter até cinco pisos.
Perante a impossibilidade de impedir o arranque da obra, já para este ano, a câmara de Gaia divulgou no início do ano que o Marés Vivas irá mudar-se para um novo parque urbano a construir na área verde junto à antiga Seca do Bacalhau, nos terrenos que permutou com um fundo de investimento imobiliário fechado.
Esta escolha junto à Reserva Natural do Estuário do Douro gerou alguma polémica e críticas da associação ambientalista Quercus que, logo em janeiro, chegou a admitir recorrer aos tribunais se tal não fosse alterado.
No dia seguinte, o ministro do Ambiente divulgou a criação de uma comissão de acompanhamento que irá fiscalizar o evento e poderá “definir medidas de minimização prévias à sua realização” como a orientação do palco, delimitação de zonas de circulação interdita e barreiras acústicas.
Em resposta às críticas da associação, o presidente da Câmara de Gaia lembrou que o evento ficará a 900 metros de distância do sítio onde decorreu durante 13 anos e, no passado sábado, acusou mesmo os “amantes da natureza” de nada terem feito em 2008 para impedir a construção dos prédios em cima do antigo Marés Vivas.
E acrescentou: “ainda estes dias impedimos a construção de mais um prédio de forte impacto, em cima do rio, no Cabedelo. E só conseguimos impedir um, porque os demais estavam licenciados desde 2008, altura em que os amantes da natureza estavam distraídos, comprometidos ou entretidos a assinar protocolos chorudos e confidenciais”.
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