A dupla Hidden Horse edita hoje o álbum de estreia, “Opala”, no qual os músicos João Kyron e Tony Watts, dos Beautify Junkyards, exploram “uma vertente mais eletrónica e mais ambiental” da música.
João Kyron e Tony Watts tocam juntos há algumas décadas - integraram os Hipnótica e fazem parte dos Beautify Junkyards – e nos últimos anos começaram a conversar sobre “fazer algo diferente, explorar uma vertente mais eletrónica, mais ambiental, ou um pós-industrial”, recordou o primeiro em declarações à Lusa.
“Conversávamos sobre o assunto, mas não tínhamos mesmo tempo, com Beautify Junkyards e a trabalhar era complicado”, contou.
A pandemia da COVID-19 acabou por dar um ‘empurrão’ ao projeto. “Foram vários meses em que não pudemos fazer concertos e focámo-nos mesmo em criar este álbum e mergulhámos no universo, não só na questão musical, mas também o que queríamos passar com esta música”, partilhou João Kyron.
Em relação à música que faziam juntos em Hipnótica ou que fazem agora em Beautify Junkyards há “uma mudança bastante grande”.
No álbum de estreia de Hidden Horse “todas as músicas são instrumentais”, e “quando aparecem vozes, são vozes de ‘spoken word’, retiradas de filmes ou de discos de ‘spoken word’”.
“E é muito à base de sintetizadores, bateria eletrónica, com uma vertente também acústica. O Tony [Watts] costuma projetar uns ‘sets’ de percussão bastante peculiares, com peças que ele vai encontrando nas velharias, que depois liga por meio de microfones a pedais de efeitos, e criou um específico para Hidden Horse. E eu também estou munido de uma série de teclados. Então, conseguimos criar uma música que, ao mesmo tempo, é eletrónica, mas também bastante orgânica, porque tem muita margem a improviso”, descreveu João Kyron.
Hidden Horse, além de um projeto de música eletrónica e instrumental, é também “um ato de resistência”.
“Há elementos na música que também tentam combater um bocado este universo de ‘CCTV’ [Circuito Interno de Televisão, videovigiliância], de cibercapitalismo e de obsolescência programada, tudo isto que está a ser tecido à nossa volta. Hidden Horse também é um pouco um ato de resistência contra a situação”, referiu o músico.
O concerto de apresentação de “Opala” está marcado para sábado, no DAMAS, em Lisboa. Em palco, os Hidden Horse passam de dupla a trio, porque terão como convidada a baterista Ana Farinha, que toca com Vaiapraia e é também a DJ Candy Diaz.
Durante o concerto, ao qual se segue um DJ ‘set’ de João Kyron e Candy Diaz, haverá projeções de vídeo.
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