O álbum "Praça do Comércio", de Júlio Pereira, composto por temas originais, aos quais o músico juntou uma versão de "Índios da Meia-Praia", de José Afonso, venceu o Prémio José Afonso/2018 (PJA), promovido pela Câmara da Amadora.

"Praça do Comércio” é feito de várias parcerias e com dois instrumentos como protagonistas: o cavaquinho e a braguinha.

No álbum, Júlio Pereira toca viola braguesa, viola, sintetizador, bouzouki e bandolim, mas sobressaem sobretudo o cavaquinho - que ajudou a definir a carreira do autor - e a braguinha, um instrumento madeirense de cordas, parente daquele, e que o músico gravou pela primeira vez.

Para o álbum, Júlio Pereira convidou António Zambujo, Pedro Jóia, Luanda Cozetti, Olga Cerpa, Luís Peixoto, José Manuel Neto, Cheny Wa Gunne e James Hill, o tocador canadiano de ukulele - outro parente do cavaquinho -, com quem Júlio Pereira atuou, em 2017, nos Estados Unidos.

O júri considerou que “Praça do Comércio” é “um trabalho que se destaca entre a vasta produção de Júlio Pereira pela sofisticação e maturidade que demonstra, além de continuar um trabalho de décadas no renascer de instrumentos e tradições ancestrais portuguesas, que urge preservar e atualizar, sob pena de desaparecerem para sempre”.

Júlio Pereira recebeu o PJA, em 1991, pelo álbum “Janelas Verdes”.

O júri deliberou ainda atribuir uma Menção Honrosa ao CD "Fitxadu", de Sara Tavares, sendo esta a primeira atribuição de uma menção honrosa, como previsto no novo regulamento do PJA, em vigor desde esta edição.

Relativamente a “Fitxadu”, de Sara Tavares, afirma o júri que "representa mais um excelente momento da carreira da artista, que alarga agora a sua musicalidade e sentido poético ao universo de outras línguas e tradições, essenciais porém para a compreensão da cultura portuguesa”.

O júri foi constituído pela pianista Olga Prats, pelo compositor Sérgio Azevedo e pela vencedora do PJA/2017, Teresa Salgueiro.