A iniciativa a realizar no Clube Estefânia visa também assinalar o centenário de nascimento do dramaturgo Bernardo Santareno, ocorrido a 19 de novembro de 1920, em Santarém.

“O Punho” é um “drama marcadamente politizado, balizado num tempo muito particular, o da Reforma Agrária nos campos do Alentejo, quando a emergente liberdade de Abril permitiu o acirrar das lutas sociais e políticas entre os latifundiários e as gentes sem terra”, segundo a sinopse.

Nesta obra, o conflito teatral foca-se em duas figuras: “a senhora rica, dona de quase tudo e a criada pobre, resignada ao que a vida lhe deu, nada”.

Factos mais ou menos reais inspiraram esta obra do dramaturgo que acabou por assumir na sua escrita a consciência e a voz do povo, “já que o seu teatro sempre foi um teatro do povo”, salienta a Escola de Mulheres.

Escrito no período pós-revolucionário e concluído no ano da morte do autor (agosto de 1980), “O Punho” fechou uma produção penalizada “por vezes pelo desfasamento temporal que os acontecimentos históricos e políticos abriram entre as datas de redação e a possibilidade de representação”, lê-se numa nota da Escola de Mulheres.

De 13 a 15 e de 19 a 22 de março, ainda no âmbito das comemorações do 25.º aniversário da Escola de Mulheres será representado "O Banquete", uma encenação de Miguel Mateus, que também assina o texto com Luísa Fidalgo.