Segundo a editora portuguesa, Joana Estrela está nomeada na categoria de ilustração pelo álbum ilustrado "Menino, Menina", publicado no Reino Unido pela Wide Eyed Editions com o título "My Own Way".

A nomeação é apenas um dos passos deste prémio literário, já que a organização ainda divulgará duas listas de finalistas (uma longa e uma curta) nas categorias de escrita e ilustração, antes do anúncio dos vencedores em junho de 2023.

Editado pela Planeta Tangerina em outubro de 2020, "Menino, Menina" é um livro no qual Joana Estrela aborda a diversidade da identidade de género, sublinhando o que está para lá das palavras "menino" e "menina".

"Quem somos e quem sentimos que somos são perguntas que não encontram resposta num mundo a preto e branco, mas antes na grande variedade de tons e possibilidades que existem", escreve a editora na apresentação do livro.

Segundo a Planeta Tangerina, "Menino, Menina" já teve duas edições e tem os direitos vendidos para catalão, espanhol, chinês, inglês, islandês, italiano, coreano e português do Brasil.

Joana Estrela, nascida em Penafiel em 1990 e formada em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes do Porto, tem várias obras literárias publicadas, em edição de autor e publicadas por outras editoras, em particular pela Planeta Tangerina.

Em 2014 publicou a banda desenhada "Propaganda", um diário gráfico que regista a temporada que viveu na Lituânia, entre 2012 e 2013, como voluntária da Liga Gay Lituana.

Na sua página oficial é possível ler ainda outros trabalhos na área da ilustração e da banda desenhada, como "Hoje não janto rissóis" e "Os vestidos do Tiago", um livro pequeno que aborda o tema da sexualidade e da identidade de género.

Os livros ilustrados "Mana" e "A Rainha do Norte" e as bandas desenhadas "Miau!" e "Pardalita" são outros títulos assinados por Joana Estrela, que também ilustrou para obras de Ana Pessoa ("Aqui é um bom lugar" e "A luz é grande") ou para Luísa Ducla Soares, numa biografia ilustrada sobre Fernão de Magalhães.

Os Carnegie Medal foram criados em 1936 pela associação de bibliotecas do Reino Unido e são considerados os mais antigos e prestigiados na área da literatura para a infância e juventude.

Inicialmente eram atribuídos apenas a escritores, mas em 1955 foi criada a Kate Greenaway Medal para reconhecer também os autores na área da ilustração.

Atualmente, os prémios nas duas categorias são apenas designados The Yoto Carnegies, com o nome a remeter para o filantropo Andrew Carnegie (1835-1919) e para o patrocínio oficial.

Ao longo da história dos Carnegies, foram distinguidos autores como C.S. Lewis, Neil Gaiman, Philip Pullman, Raymond Biggs, Chris Ridell, Quentin Blake e Lauren Child, todos editados em Portugal.

Para a edição de 2023 estão nomeados 123 livros, dos quais 67 são para o prémio de escrita e 58 para o prémio de ilustração.