"O seu trabalho, as suas criações e os seus espetáculos foram, desde 1973 até hoje, uma referência, para atores, encenadores e profissionais na área do Teatro e, naturalmente, também para os públicos. Pelo seu peso e qualidade artística foi, e continua a ser, um teatro apoiado pelo Estado, através da Direção-Geral da Artes", sublinha a tutela.

O Teatro da Cornucópia anunciou que encerrará portas no sábado, ao fim de 43 anos de atividade.

"Pensamos que ao longo destes anos fizemos muito e menos mal, mas também julgamos já ter idade para ousar dizer que não sabemos nem queremos adaptar-nos a modelos de gestão a que dificilmente nos habituaríamos a cumprir. Isso faríamos mal. Talvez seja tempo de parar a atividade", lê-se num comunicado divulgado pelo teatro.

O Ministério da Cultura referiu ainda que "manifestou disponibilidade em colaborar para que este encerramento se concretizasse da melhor forma, por profundo reconhecimento e respeito pelo património histórico - tangível e intangível – que a companhia deixa para o teatro português".

A tutela assegurará "o aluguer do edifício [de propriedade privada] por um período de mais um ano, de modo a que o processo de encerramento, e todos os trabalhos que daí decorrem, seja realizado nas devidas condições".

Sem programação anunciada para os próximos meses, a companhia de teatro decidiu por fim à atividade com um recital, de entrada gratuita às 16:00, a partir de textos do poeta francês Guillaume Apollinaire, com a participação de atores e músicos que têm trabalhado com o teatro.

Num balanço do percurso da companhia, será ainda lançado o segundo volume do livro "Teatro da Cornucópia - Espectáculos de 2002 a 2016", que reúne informação sobre 52 criações, e o DVD do espetáculo "Fim de citação", de Joaquim Pinto e Nuno Leonel.

O Teatro da Cornucópia foi fundado em 1973 por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo. A estreia deu-se com a peça "O Misantropo", de Molière, a 13 de outubro de 1973 no antigo Teatro Laura Alves, na Rua da Palma, em Lisboa, hoje transformado numa sapataria.

Em 1975 a companhia mudou-se para o Teatro do Bairro Alto (antigo Centro de Amadores de Ballet), onde permaneceu até à atualidade.

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