Jorge Silva Melo, diretor artístico da companhia, disse que António Filipe estava doente há cerca de um ano, na sequência de um diagnóstico de cancro, e veio a falecer por paragem cardíaca em casa da família, em Odivelas.
O ator trabalhava desde 2002 nos Artistas Unidos, tendo-se estreado na companhia com a peça "Cada dia a cada um a liberdade e o reino", com base em textos de autores portugueses, apresentada em 2003 na Assembleia da República, e a última em que participou intitulava-se "O Palácio do Fim", de Judith Thompson.
"Era uma pessoa muito especial, dedicado e companheiro. Era um híper dotado", comentou Jorge Silva Melo sobre o ator.
De acordo com o diretor artístico, o corpo de António Filipe estará ao fim da tarde de hoje em câmara ardente na Igreja de Odivelas, e na sexta-feira será realizada uma missa, seguindo o funeral para o Cemitério de Camarate, onde será cremado.
Nascido em Moçambique, António Filipe, que trabalhou em teatro e televisão, estreou-se como ator de teatro em 1980, e segundo as notas biográficas do sítio online da companhia Artistas Unidos, trabalhou em companhias como o Teatro Aberto, o Teatro Ibérico, o Teatro do Século, e o Teatroesfera.
Trabalhou com encenadores como Fernando Gomes, João Lourenço, Rogério de Carvalho, Inês Câmara Pestana, Luís Assis, Xosé B. Gil, José Carretas, Graça Corrêa, Miguel Loureiro.
Participou do elenco de peças de Lorca, Valle Inclán, Shakespeare, Sam Shepard, Botho Strauss, Bertolt Brecht, Sergi Belbel, Luís Assis, José Carretas e Teresa Faria, Harold Pinter, Graça Corrêa, Landford Wilson e Armando Nascimento Rosa, entre outros.
Na televisão, participou, entre outros trabalhos, na série “Até Amanhã, Camaradas” (2005) e na telenovela “Perfeito Coração” (2009).
Ao longo dos anos, António Filipe trabalhou ainda na cenografia de várias encenações, segundo Silva Melo.
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