"Vladimir Nikolayevich [Voinovich] morreu", disse à agência pública de notícias TASS um parente do escritor, cujos livros foram traduzidos para várias idiomas.

O ministro russo da Cultura, Vladimir Medinski, elogiou um "escritor de grande talento, autor de letras de música apreciadas, um cidadão responsável e ativo".

"A sua obra sempre foi uma visão aguda da realidade, habilmente transmitida através de uma linguagem viva e fascinante", acrescentou, citado pela TASS.

O ministro elogiou ainda a contribuição de Vladimir Voinovich para o "reforço da liberdade de expressão, o desenvolvimento dos princípios de igualdade, compreensão mútua e harmonia social" na Rússia.

Nascido em 1932 em Stalinabad, no Tadjiquistão soviético, Voinovich ficou conhecido, num primeiro momento, como autor satírico, com "A vida e as extraordinárias aventuras do soldado Ivan Tchônkin", que mostra os absurdos do totalitarismo. Publicada no Ocidente, a obra circulou de forma clandestina.

Próximo de outros dissidentes da época, foi excluído da União de Escritores Soviéticos em 1974 e, mais tarde, viu-se forçado a emigrar para a Alemanha, depois de perder a nacionalidade.

Também compositor, voltou para a Rússia após a dissolução da União Soviética e continuou o seu trabalho de escritor, mostrando-se com frequência muito crítico das autoridades russas.

Em 2002, apresentou um panfleto no qual tachava de "mito" o talento do Prémio Nobel de Literatura e ex-dissidente soviético Alexander Solzhenitsyn, falecido em 2008.