O Goodspeed Opera House de Connecticut, um importante teatro nos EUA, informou esta quinta-feira que substituirá "Balas Sobre a Broadway", uma adaptação do seu filme de 1994 com uma boa injeção de jazz, pela paródia musical "The Drowsy Chaperone".

"Tendo em vista o conversado sobre assédio sexual e má conduta, o autor de 'Bullets Over Broadway', de Woody Allen, foi objeto de um escrutínio crescente", disse o diretor-executivo do teatro, Michael Gennaro, em comunicado.

"As notícias da imprensa tornaram a situação ainda mais difícil e complicada, e isso levou-nos a reconsiderar a adequação de produzir o espetáculo", acrescentou.

Dylan Farrow, filha adotiva de Allen com sua ex-mulher Mia Farrow, reiterou numa entrevista televisiva na semana passada que foi abusada pelo realizador em 1992, quando tinha seis anos.

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Allen, de 82 anos, negou enfaticamente essas denúncias, assegurando que uma investigação já o absolveu, e acusou a família de Farrow de fazer uma lavagem cerebral na sua filha depois que abandonar Mia Farrow para casar com Soon-Yi Previn, filha adotiva da atriz de um casamento anterior. A sua porta-voz optou por não responder diretamente à notícia do cancelamento do espetáculo, repetindo precisamente a resposta dada há uma semana:

"Quando essa acusação foi feita pela primeira vez há mais de 25 anos, ela foi investigada minuciosamente pela clínica de abuso sexual infantil do Hospital Yale-New Haven e pelos serviços de proteção infantil do Estado de Nova Iorque. Ambos fizeram isso durante muitos meses e concluíram de forma independente que nunca existiu qualquer abuso. Mas mesmo que a família Farrow esteja a usar cinicamente a oportunidade oferecida pelo movimento 'Time's Up' para repetir esta acusação desacreditada, isso não a torna mais verdade hoje do que era no passado. Nunca abusei da minha filha - como todas as investigações concluíram há um quarto de século", refere o texto.

Actores como Colin Firth, Ellen Page e Natalie Portman também se distanciaram do realizador nas últimas semanas.