A peça, originalmente produzida pelo Royal Court Theatre, em Londres, foi escrita em 2005 pelo dramaturgo irlandês Tom Murphy.

Oferece ao espectador uma viagem por três momentos da vida (ao longo de três décadas e meia, entre os anos de 1980 e o início do século XXI) de uma mesma personagem: Alice, doméstica e mãe, casada com um banqueiro de sucesso.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Escola da Noite, citando o encenador Nuno Carinhas, frisou que a jornada “relata a peregrinação interior” de Alice, através de “ligações, em tempos alternados, de experiências, de descobertas, de anseios” da personagem e de “breves relatos de vidas que se cruzam com a sua, respetivos gestos falhados e (des)ilusões”.

“Talvez sejam só fantasmas em viagem, que transportam o desconforto da existência cheia de 'desconhecido a que dão o nome de Deus'”, acrescentou Nuno Carinhas, lembrando uma das frases de Alice.

O encenador, que é responsável pela apresentação em Portugal de várias obras da dramaturgia irlandesa contemporânea, afirmou ainda que “esta Alice multiplicada está inscrita na linhagem do teatro irlandês das personagens femininas com voz, que se contam por direito e necessidade de partilha. Mulheres que combatem, com as palavras ditas, a dificuldade de existirem”, observou.

O regresso ao trabalho com a Escola da Noite do pintor, cenógrafo, figurinista e encenador Nuno Carinhas (que foi diretor artístico do Teatro Nacional São João entre 2009 e 2018) acontece, precisamente, 30 anos depois de com ela ter encenado “Comédia Sobre a Divisa da Cidade de Coimbra”, de Gil Vicente, em 1993.

Segundo o comunicado, ao elenco residente do grupo – Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash – junta-se a atriz Rita Brütt, precisamente no papel de Alice.

A equipa artística inclui ainda uma outra estreia na companhia – o arquiteto e cenógrafo Henrique Pimentel –, Ana Rosa Assunção (figurinos), Danilo Pinto (luz) e Zé Diogo (som).

“Trilogia de Alice”, que é a 75ª. criação da Escola da Noite, tem tradução “encomendada para o efeito” de Paulo Marques Dias e estreia marcada para o Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, a 27 de março, encerrando as comemorações do 30º aniversário da companhia teatral.

Depois da estreia no Dia Mundial do Teatro, cumprirá “a habitual temporada de quatro semanas” em cena, informou.

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