Quarenta e seis festivais de música de todo mundo comprometeram-se esta segunda-feira, 26 de fevereiro, a aumentar a igualdade de género nos seus cartazes antes de 2022, num momento em que a falta de reconhecimento das mulheres no sector do entretenimento é alvo de debate.
"Espero que seja o início de uma indústria mais equilibrada que traga benefícios para todos", frisou Vanessa Reed, diretora da PRS Foundation, uma fundação britânica de apoio a iniciativas musicais que lidera a campanha.
Estes 46 festivais, na Europa e nos Estados Unidos, comprometeram-se que os cabeças de cartaz, júris e suas comissões estejam compostos por, pelo menos, 50% de mulheres.
Oito festivais já tinham tomado a iniciativa anteriormente, entre eles Iceland Airwaves, Reykjavik Rock and Electro Festival e The Great Escape em Brighton, no Reino Unido.
Trinta e oito festivais juntaram-se iniciativa. Em França, integraram a iniciativa o Gilles Peterson's Worldwide Festival de Sète e o Midem, um importante evento anual para a indústria da música. Também se somaram o BBC Proms, um festival de verão de música clássica em Londres, e a A2IM, uma associação norte-americana de música independente de Nova Ioque.
Da lista faz também parte o festival português Westway LAB, que se realiza em Guimarães.
A associação frisa que iniciativa não inclui os festivais de música mais populares, que muitas vezes apresentam apenas homens como cabeças de cartaz.
Por exemplo, o festival de Coachella tem apenas uma mulher, Beyoncé, entre os três "headlines", em abril. E nenhuma mulher esteve entre os três principais nomes do Glastonbury em 2017, que é realizado a cada dois anos.
Já o Rock in Rio Lisboa conta com um um dia (30 junho) dedicado às mulheres, com Katy Perry, Jessie J, Ivete Sangalo e Hailee Steinfeld no Palco Mundo. Demi Lovato também será uma das cabeças de cartaz do dia 24 de junho.
O MEO Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, também conta com uma mulher como cabeça de cartaz (Rita Ora). Já o Vodafone Paredes de Coura conta com Björk.
A campanha surge num momento em que cada vez mais vozes surgem para denunciar o sexismo institucional na indústria do entretenimento e em outros sectores culturais. Várias mulheres do mundo da música expressaram a sua indignação depois de Neil Portnow, presidente da Academia americana de Gravação, que organiza os Grammys, ter afirmado que as artistas deveriam "dar um passo à frente" para aumentar a sua presença entre os premiados.
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