“Não nasci para odiar, mas para amar” é a peça portuguesa que vai participar no festival, produzida e dirigida pelo ator e encenador Tiago Vieira.
Esta peça será primeiro representada no Museu do Teatro Romano de Lisboa, antes de ser levada a Mérida, no dia 27 de julho, ao Templo de Diana, anunciou hoje o diretor do festival, numa cerimónia realizada no Teatro Romano, em Lisboa.
Jesús Cimarro, que dirige o festival há sete edições, disse estar “feliz e honrado” por o programa deste ano voltar contemplar uma produção portuguesa em Espanha.
“Espanha e Portugal têm largos anos de intercâmbio cultural, e o intercâmbio através do teatro é de extrema importância para estes dois países ibéricos", frisou.
“Ben-Hur”, de 4 a 8 de julho, “Nerón”, de 11 a 15 de julho, “Esquilo, nacimiento y muerte de la tragedia”, de 18 a 22 de julho, “Filoctetes”, de 25 a 29 de julho, “Fedra”, de 1 de julho a 5 de agosto, “Las amazonas”, de 8 a 12 de agosto, “La comedia del fantasma”, de 15 a 19 de agosto, e “Hipólito”, de 22 a 26 de agosto, são as oito produções de teatro a apresentar no festival.
A 29 de junho, o certame abre com o Ballet Nacional de Espanha, que dançará “Electra”. Com dramaturgia de Alberto Conejero e direção de Antonio Najarro, o espetáculo será acompanhado pela Orquestra Nacional da Extremadura.
Além do Teatro Romano de Mérida, o festival estende-se este ano aos teatros romanos de Medellin, Regina e Cáparra, na província de Cáceres, e a outros espaços da cidade de Mérida.
A título de exceção, esta edição do festival terá ainda uma extensão temporária em Tarragona, por ocasião dos Jogos do Mediterrâneo de 2018.
Em Tarragona serão apresentadas, nos dias 9 e 10 de junho, as obras “Édipo Rey”, de Sófocles, dirigida por Denis Rafter, e “Calígula”, de Albert Camus, a 16 e 17 de junho, dirigida por Mario Gras, anunciou Jesús Cimarro.
Durante a cerimónia de apresentação do festival, tanto o ministro português da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, como o presidente da Junta da Extremadura, Guillermo Fernández Vara, sublinharam a importância das relações culturais entre Portugal e Espanha ao longo da história bem como a importância turística do certame.
As boas relações bilaterais com Espanha que se foram também estendendo à sociedade civil foram também invocadas pelo ministro Luís Filipe Castro Mendes como um fator de “orgulho” para os dois povos tão próximos em distância e em herança cultural.
No final da cerimónia e à margem da mesma, Luís Filipe Castro Mendes sublinhou a importância do teatro romano de Lisboa, descoberto em 1798 aquando da construção da estrada da rua de S. Mamede ao Caldas.
“Um espaço que permite manter a convivência de épocas distintas” e que faz atualmente “o cruzamento entre a cidade e a sua herança do Império Romano”, acrescentou.
A 64.ª edição do Festival de Mérida continua a apostar em nomes emergentes e consolidados do teatro nacional contemporâneo, assim como atores e atrizes, referiu Jesús Cimarro.
Encontros relacionados com a dramaturgia e/ou subordinados a peças, ateliês de formação em teatro, projeção de filmes, exposições, produções e animação de rua, uma área específica dedicada ao conto e atividades formativas e de voluntariado fazem também parte da programação desta edição do festival.
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