No primeiro dos três sábados, a 7 de julho, Mané Fernandes apresenta um novo projeto, “The Mantra of the pHAT Lotus”, antes de, no dia 14, Lucía Martínez & The Fearless (na foto acima) se estrear em Portugal e, no dia 21, ser a vez do grupo multinacional Naked Wolf também tocar pela primeira vez em solo luso.

Considerando que, ao programar concertos de jazz, “as opções pelo ‘groove’ ou pela exploração de possibilidades são habitualmente exclusivistas”, a organização do ciclo decidiu, então, apresentar “três projetos que contrariam a separação entre o que se considera mais acessível e popular e o que é remetido para o chamado experimentalismo”.

“Ainda que de formas diferentes, todos os grupos que vão ao Ténis de Serralves praticam músicas que fazem bater o pé e abanar a cabeça sem que tal implique uma menor preocupação com as questões estéticas ou uma atitude menos inconformista”, pode ler-se na apresentação do ciclo, que pretende mostrar que “há mais jazz para além do mainstream e da vanguarda”.

Os concertos vão decorrer no Ténis de Serralves, um court de ténis e um pavilhão de apoio reconvertidos para acolher espetáculos, entre outros eventos, com a programação a ficar a cargo de Rui Eduardo Paes.

O primeiro a atuar é o guitarrista Mané Fernandes, um dos novos nomes do jazz nacional, juntando-se a José Soares (saxofone alto e clarinete baixo), Ricardo Coelho (vibrafone, percussão eletrónica, sintetizador) e Pedro Vasconcelos (bateria), além dos convidados Gonçalo Moreira (teclados) e o britânico Nick Jurd (baixo elétrico) para apresentar “The Mantra of the pHAT Lotus”, um projeto de “ideias frescas”.

“Este novo grupo cruza o jazz com o hip hop e faz com que nos apeteça dançar, mas sempre evitando o óbvio e o fácil”, aponta Serralves que destaca as composições de Fernandes e o novo reportório criado para a ocasião como destaques da atuação.

No dia 14, a baterista Lucia Martínez justa-se aos alemães Benjamin Weidekamp (clarinete baixo), DJ Illvibe (gira-discos), Ronny Graupe (guitarra elétrica) e Marcel Kroemker (contrabaixo) para estrear o novo projeto, The Fearless, criado em Berlim após vários anos a morar no Porto.

A música atravessa o universo musical de Ennio Morricone, criado para ‘Spaghetti Western’, em que se notabilizaram estrelas do cinema como Clint Eastwood, Burt Reynolds ou Terence Hill, e realizadores como Sergio Leone e Terence Young, da qual resulta “um jazz agitado, eletroacústico e em cavalgada rumo ao Faroeste”.

No dia 21, os Naked Wolf apresentam-se em estreia em Portugal com membros de cinco países diferentes: Holanda, Austrália, Brasil, Finlândia e Áustria, juntando a vocalista e trompetista Felicity Provan ao saxofonista Yedo Gibson, os guitarristas Mikael Szafirowski e Luc Ex e o percussionista Gerri Jager.

O projeto nasceu em Amesterdão, onde moram todos os músicos menos o brasileiro Yedo Gibson, e é conhecido por uma combinação de free jazz e “outros idiomas musicais, como o rock, a pop e a folk”, apostando na improvisação para ‘viajar’ entre algo que “se aproxima da música erudita contemporânea, mas mantém uma “pulsação saltitante”.

Em 2017, o ciclo apresentou três estreias absolutas de grupos com membros de várias nacionalidades, com concertos de Spinifex Plus, Rodrigo Amado Northern Liberties e Joelle Léandre X 5.