A campeã georgiana pede 5 milhões de dólares (mais de 4 milhões de euros) de indemnização à Netflix.

Na série, uma personagem afirma que Gaprindashvili "nunca havia enfrentado homens" numa competição, ao contrário da heroína fictícia de "Gambito de Dama", a norte-americana Beth Harmon, interpretada por Anya Taylor-Joy.

"É manifestamente falso, além de grosseiramente sexista e humilhante", diz a denúncia apresentada em setembro do ano passado pela campeã, que hoje tem 80 anos.

A denunciante, que se tornou a primeira grã-mestre de xadrez da história em 1978, já havia enfrentado dezenas de jogadores homens de destaque em 1968, o ano retratado na série.

A Netflix negou a intenção de ofender a campeã e afirmou em comunicado de imprensa que tinha "o maior respeito por Gaprindashvili e sua ilustre carreira".

A plataforma, no entanto, classificou a denúncia como "sem fundamento", argumentando que se trata de una obra de ficção protegida pela Constituição norte-americana e sua primeira emenda, que garante a liberdade de expressão.

Numa decisão emitida na passada quinta-feira, a juíza californiana Virginia Phillips determinou que uma obra de ficção não goza de imunidade a processos por difamação se envolve pessoas reais.

Nascida em 1941 em Zugdidi, no oeste da Geórgia, Nona Gaprindashvili joga xadrez desde os 13 anos. Ganhou o campeonato mundial feminino aos 20 anos e defendeu com sucesso o título em quatro ocasiões, antes de perder a coroa em 1978 para outra georgiana, Maia Chibourdanidze, que tinha então 17 anos.

"Gambito de Dama" bateu recorde na plataforma de streaming, com 62 milhões de exibições em todo o mundo no intervalo de quatro semanas, e ganhou 11 Emmys.

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