Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cofina adianta que, na sequência da celebração, no dia 20 de setembro, de um contrato de compra e venda de ações com a Prisa - Promotora de Informaciones para a compra de ações da totalidade da Vertix SGPS, que detém 94,69% dos direitos de voto da Media Capital, a dona do Correio da Manhã vai lançar uma Oferta Pública geral e voluntária de aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações da dona da TVI.

"O objeto da oferta é constituído pela totalidade das 84.513.180 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1,06 euros, representativas do capital social e dos direitos de voto da sociedade visada", refere a Cofina.

Cofina diz que compra "garante existência" de grupo de media independente

A Cofina diz que a compra da Media Capital "garante a existência de um grupo de media independente e capaz de reforçar o papel" que os meios de comunicação social "têm enquanto pilar essencial" na democracia.

"Esta aquisição enquadra-se na visão que a empresa tem para os media e afigura-se como aquela que melhor é capaz de garantir o seu crescimento e a sua sustentabilidade, e está em linha com a tendência global para a consolidação do setor dos media nos últimos anos", refere a administração da Cofina, liderada por Paulo Fernandes, num comunicado enviado à Lusa.

"O projeto da Cofina passa por manter as linhas editoriais dos diferentes meios de comunicação social que detém e que passará a deter, bem como todos os profissionais que estejam dispostos a colaborar neste novo projeto", prossegue.

"Esta aquisição garante a existência de um grupo de media independente e capaz de reforçar o papel que os media têm enquanto pilar essencial à vida de uma sociedade democrática", salienta a Cofina, que refere que, "no que diz respeito à atividade de produção, o caminho passará por intensificar a criação de conteúdos de perfil exportador, tendo em vista a transposição para a legislação nacional da designada 'diretiva Netflix'".

"O novo grupo Cofina constituir-se-á como uma plataforma mais competitiva capaz de assegurar aos portugueses uma oferta diversificada de conteúdos de informação e de entretenimento, através da imprensa, televisão e rádio, seja 'offline' ou 'online'", adianta, salientando que "contará ainda com os melhores profissionais, seja nas áreas de televisão, rádio, imprensa e produção, garantindo a criação de condições de desenvolvimento pessoal e profissional, de forma sustentável".

Financiamento da operação "está assegurado"

A Cofina afirmou hoje que o financiamento para a compra das ações da Media Capital, dona da TVI, entre outros meios, "está assegurado através de crédito bancário já aprovado e da realização de um aumento de capital".

"Caso a aquisição da referida participação venha a ser positivamente apreciada pelos reguladores, o seu financiamento está assegurado através de crédito bancário já aprovado e da realização de um aumento de capital", refere a administração da Cofina, liderada por Paulo Fernandes, num comunicado enviado à Lusa.

"Excluindo a percentagem de capital em 'free-float' [disperso em bolsa], o aumento de capital está garantido em mais de 50% pelos atuais acionistas de referência, sendo, no entanto, possível que entrem novos investidores com posições qualificadas", acrescenta.

"A criação de um grupo financeiramente forte é o melhor garante da independência editorial e da criação de valor para todos os 'stakeholders', incluindo colaboradores, acionistas, clientes, fornecedores e parceiros", prossegue.

"Como é timbre da Cofina, os nossos objetivos passam por ter um grupo de media tecnologicamente evoluído, capaz de gerar eficiências e com foco contínuo na liderança dos segmentos em que opera, assegurando a sustentabilidade dos conteúdos de língua portuguesa", sublinha.

A compra da dona da TVI "permite que, após alguns anos, um dos principais grupos de meios de comunicação social, volte a ter um acionista de matriz nacional", conclui a Cofina.

O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e da CM TV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, o Record, entre outros títulos.

Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto que celebra 26 anos, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África.

A Media Capital tem também rádios, onde se inclui a Comercial.

Em 14 de agosto, a Cofina confirmou que estava a negociar com a espanhola Prisa a compra da Media Capital, depois da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter suspendido a negociação das ações da dona Correio da Manhã e do grupo Media Capital após uma notícia do Expresso que dava conta de um memorando assinado há três semanas para a exclusividade de negociações.

Em junho do ano passado, a Prisa desistiu da venda da Media Capital à Altice, na sequência da Autoridade da Concorrência (AdC) ter rejeitado os compromissos propostos pela operadora de telecomunicações Meo. A Altice tinha oferecido 440 milhões de euros pela dona TVI.