
Quase três décadas depois de sair do ar, a série de televisão volta numa versão mais sexy, jovial e multicultural, com duas personagens latinas.
A história protagonizada por Joan Collins, Linda Evans e John Forsythe foi o programa mais visto da televisão nos oito anos em que esteve no ar.
O 'remake' do canal CW - que estreia a 11 de outubro - concentra-se nas atribulações da poderosa família petroleira Carrington, com Grant Show ("Melrose Place") no papel de Blake Carrington, pelo qual Forsythe ganhou dois Globos de Ouro.
"Comparo-o a quando Roger Moore substituiu Sean Connery. É uma grande responsabilidade, mas eram atores completamente diferentes", disse Show à AFP. "Ele fez a sua própria interpretação e isso é o que eu vou fazer, não posso fazer o que John Forsythe fez", acrescentou.
Na série original (1981-1989), Blake representava o centro da moralidade, sequestrado pelas maquinações malignas da sua ex-esposa Alexis (Collins).
No entanto, nesta versão ele não será o homofóbico que dizia ao seu filho Steven que as suas opiniões não eram importantes porque ele era "um homem que colocava as suas mãos noutro". Agora, o jovem , interpretado por James Mackay, já "saiu do armário".
"Sinto que o meu Blake é mais vulnerável, está mais preocupado em como encaixa na sua família, com que Steve o ame. O Blake de John Forsythe era mais dominante, o meu preocupa-se com a união da família, com que o seu filho não o odeie", disse Show.
Os latinos
Numa época em que o público se interessa tanto pelas vidas privadas de dinastias da vida real, como os Trump, Clinton, Murdoch e Kardashian, a série cai como uma luva.
Quando a versão original foi produzida, o país era outro, e a equipa de criação sentiu que seria necessário fazer vários ajustes para a audiência de hoje.
A personagem Krystle, interpretada por Evans na versão original, então uma recatada noiva provinciana, é agora uma poderosa mulher de negócios venezuelana, interpretada pela atriz peruana-australiana Nathalie Kelley ("UnReal").
Os escritores também dispensaram o casamento de fachada de Steven, que agora tem um amante latino interpretado pelo venezuelano Rafael de la Fuente.
A série já não se passa em Denver (Colorado, oeste), mas na multicultural Atlanta (Geórgia), na qual a família rival Colby é negra.
"É uma cidade moderna, embora haja esse sangue azul, de linhagem, como em Buckhead, onde os Carrington vivem, mas queríamos uma cidade que refletisse o mundo e a companhia na qual Blake está a tentar segurar-se", explicou Josh Schwartz, cocriador do programa com Stephanie Savage, a sua parceira de produção também na série de sucesso "Gossip Girl".
E Alexis?
A série entra para a lista de programas dos 80 e 90 remodelados para a audiência de hoje, como "Gilmore Girls", "Full House", "MacGyver", "Miami Vice", "Twin Peaks", "Ficheiros Secretos", "Starksy and Hutch" e "Hawaii Five-O".
"Os anos 80 foram a década mais grandiosa, precisamos de a honrar e estamos a fazer isso", disse Schwartz.
Richard e Esther Shapiro, criadores do programa original, reuniram-se com a equipa de criação e o elenco da produção atual numa sessão de debates na glamourosa Beverly Hills.
Durante o painel, Esther revelou que Richard costumava descrever o programa como "uma família enredada em torno de uma árvore incestuosa".
Nas apresentações prévias à sua estreia, o novo "Dinastia" já foi aplaudido, embora até agora Alexis não tenha aparecido, levantando dúvidas sobre a icónica personagem.
"Vocês vão vê-la. Há planos para isso. Mas terão que esperar", garantiu Schwartz.
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