Vou ser muito honesta e optar por ir diretamente ao assunto: há muito tempo que não se via um episódio tão bom de “Grey’s Anatomy”! Provavelmente precisamos de voltar ao episódio de realidade alternativa centrado em Cristina para termos algo tão bom!

Pode dizer-se que este episódio se centra numa personagem morta: Ellis Grey. Não de forma esquisita, com aparições de fantasmas (ideia já usada na série), mas através de flashbacks que remontam ao ano de 1983 e outros menos antigos.

As lembranças de Meredith e do próprio Richard transportam-nos então para os anos 80, com a ajuda dos velhos diários de Ellis. Conhecemos melhor a relação amorosa de Ellis e Richard, as circunstâncias em que ela engravidou, e conhecemos a forma como uma Meredith amorosa de cinco anos se lembra do passado.

Se eu tenho passado todos estes anos de série a pensar que Richard decidiu abdicar de Ellis para ficar com Adele por achar que era a coisa certa, este episódio deitou por terra esse meu pensamento. Afinal, Richard era nada mais nada menos do que um jovem cirurgião assustado e invejoso do sucesso da amante e que não suportaria viver na sua sombra, por isso decidiu acabar tudo com ela. Foi isso que fez com que Ellis tentasse matar-se. Ela teria ficado com Maggie se Richard tivesse querido formar uma família com ela.

Basicamente tudo o que sabemos de Ellis é que ela foi uma má mãe e que era uma pessoa fria, mas acho que este episódio consegue mostrar um outro lado dela. Como jovem apaixonada não parece assim tão fria! O “abandono” de Richard teve com certeza um efeito muito grande nela. Pena que tenha sido Meredith a sofrer com isso.

No centro disto tudo está, inevitavelmente, Maggie. Que por acaso se quer despedir do hospital, contra a vontade de alguns dos médicos, como Amelia, que já gosta dela, e da Direção, que não quer ter de arranjar outra Chefe para o Departamento de Cárdio. No final do episódio foi bastante óbvio que não iria embora, após Meredith ter dado o primeiro passo e ir falar com ela.

E graças a quem? Derek Shepherd. Se no início do hospital o homem foi um idiota por ter dito a Meredith que ela era como a mãe (golpe muito, mas muito baixo, diga-se), depois acabou por se redimir indo falar primeiro com Maggie e depois com Meredith. Logo ele que nem sabia que tinha uma nova cunhada.

O essencial do episódio foi isto, sem muito mais a acrescentar. Deixo só as seguintes anotações: teria sido tão bom ver Sarah Paulson novamente no papel de Ellis! E teria sido tão bom ver Sara Ramirez um segundo que fosse.

Nota: 8,5/10

Diana Sampaio.