O projeto de longa-metragem de animação "Nayola", do realizador José Miguel Ribeiro, vai receber 245 mil euros de apoio financeiro do fundo Eurimages, criado pelo Conselho da Europa, foi hoje anunciado.
Este ano, o fundo Eurimages irá apoiar a produção de 18 filmes europeus, com um total de 4,3 milhões de euros, destinando 245 mil euros a uma única produção de cinema de animação.
À agência Lusa, o realizador José Miguel Ribeiro explicou que este apoio financeiro é o último passo do financiamento do projeto da longa-metragem portuguesa, da Praça Filmes, em coprodução com França, Bélgica e Holanda.
José Miguel Ribeiro, realizador e produtor - fundador da Praça Filmes -, está há cinco anos a concretizar a montagem financeira do filme, que tem um orçamento total de 3,5 milhões de euros, sendo a primeira longa-metragem de animação portuguesa para adultos e a receber, num concurso de 2014, apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
Até ao final do ano, o realizador conta entrar em produção e espera fazer a estreia do filme em 2021.
Em cinco anos de pré-produção e montagem financeira, "Nayola" já sofreu alguns ajustes.
Inicialmente previsto para ser correalizado entre José Miguel Ribeiro e Jorge António, com conjugação de imagem animada e imagem real, o filme passará a ser assinado só pelo primeiro, com o segundo a manter-se na produção.
"Nayola" será inteiramente de animação, "porque a imagem real não estava a funcionar", explicou.
"Noyola" tem argumento de Virgílio Almeida a partir de uma peça de teatro escrita por José Eduardo Agualusa e Mia Couto, que por sua vez deriva de um conto publicado nos anos 1990 pelo autor angolano.
A narrativa cruza três gerações de mulheres e tem a guerra civil de Angola como pano de fundo.
Atualmente, além de "Nayola", há outra longa-metragem de animação portuguesa em produção, também com apoio do ICA, no concurso de 2018: "O meu avô dizia que via demónios", de Nuno Beato, produzida pela Sardinha em Lata, com argumento do escritor Possidónio Cachapa.
O Eurimages é um fundo financeiro do Conselho da Europa, tendo já apoiado, desde a sua criação em 1988, cerca de duas mil produções de cinema, com um total de 586 milhões de euros.
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