A escritora americana Veronica Roth, a autora venerada pelos adolescentes graças à trilogia «Divergente», deu grandes passos nos últimos anos. O próximo, pelo menos no sentido literário, irá levá-la ao espaço.

A romancista de 26 anos publicou em 2011 o seu primeiro livro, «Divergente», que deu início a uma trilogia distópica ao estilo de «Os Jogos da Fome» e se tornou uma saga cinematográfica de sucesso. O sonho de qualquer jovem escritor.

«Insurgente», o segundo filme da série, estreia esta semana, enquanto os dois filmes que contarão o fim da saga serão lançados em 2016 e 2017 e dividem a história do terceiro livro, «Convergente».

«Toda a minha vida quis ser escritora e escrever livros, e pensava que talvez algum dia conseguiria publicar algum. Isto é o mais longe que sonhava», contou Roth em entrevista à AFP.

«A coisa do filme... nem sequer pensei, foi muito emocionante e gratificante ver ganhar vida», completou a autora, que está a acostumar-se ao novo papel de ídolo dos adolescentes.

Novo Jogos Vorazes

Roth, que recebe com satisfação as comparações entre «Divergente» e a também futurista saga «Os Jogos da Fome», atualmente vive o circo mediático que cerca o lançamento internacional de «Insurgente».

A história segue Tris, interpretada por Shailene Woodley, que no primeiro filme descobriu que era «divergente», ou seja, não se encaixava em nenhuma das cinco fações em que está dividida a Chicago pós-apocalíptica: Cordiais (pacíficos), Abnegados (altruístas), Cândidos (honestos), Eruditos (inteligentes) e Intrépidos (corajosos).

Em «Insurgente», Tris - com a ajuda de seu namorado Four (Theo James) - deve enfrentar os seus demónios internos enquanto combate a má da fita Jeanine (Kate Winslet), determinada a livrar-se de todos os divergentes.

Os paralelos com a saga «Os Jogos da Fome» são numerosos: uma personagem feminina forte, um futuro distópico no qual a sociedade está dividida em cinco grupos dominados por um vilão, uma forte figura masculina que centra a atenção erótica da protagonista e alguns aliados extravagantes.

O primeiro livro da série «Os Jogos da Fome» foi publicado por Suzanne Collins em 2008, três anos antes de «Divergente».

Alguns podem sugerir que Roth está a seguir uma fórmula, mas ela parece muito longe de sentir-se ofendida com as comparações.

«Adoro «Os Jogos da Fome», os livros e os filmes», disse.

«O melhor de tudo é que estes livros criaram um espaço no mercado para histórias como a minha. Me sinto-me muito feliz por ter escrito esta história num momento no qual o espaço já existia».

«É uma comparação difícil porque sinto muita admiração por estes livros. É difícil estar à altura».

Fã de Harry Potter

Roth também é fã do mundo de «Harry Potter», o pequeno feiticeiro criado pela escritora britânica J.K. Rowling.

«Acho que um «nerd» é alguém que realmente ama algo ou muitas coisas. Sempre fui uma grande fã de Harry Potter e sempre fiquei feliz ao ler, o que às vezes faz com que se seja considerado um nerd».

Roth também se acha uma feminista e diz que se preocupa em não retratar as mulheres como um ideal.

«Com certeza, as mulheres não são perfeitas. Gosto de escrever sobre mulheres e apresentá-las da maneira mais cuidadosa possível».

No momento em que estreia «Insurgente» e «Convergente» 1 e 2 estão em produção, a jovem escritora trabalha na sua próxima obra.

«Tem lugar no espaço, ao estilo de «Star Wars»», como uma «space opera». É sobre um jovem que se alia a alguém que acredita ser seu inimigo para alcançar objetivos distintos de vingança e redenção», revela.

A autora palneia lançar dois livros, que espera ver nas livrarias em 2017.

«Mas isto depende da rapidez com que vou trabalhar», conclui.

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