Nascido a 25 de setembro de 1951, Mark Hamill está a fazer 65 anos e novamente sob as atenções do mundo. E tudo graças a "Star Wars", que faz parte da sua vida, para o bem e para o mal, desde os seus 24 anos.
Foi em 1975 que o amigo com quem partilhava o apartamento, Robert Englund – o futuro Freddie Krueger da saga "Pesadelo em Elm Street" –, a fazer testes para "Apocalypse Now", foi assistir às audições que George Lucas e Brian De Palma estavam a fazer do outro lado do corredor para os seus próximos projetos, "The Star Wars: From the Adventures of Luke Starkiller" e "Carrie", e achou que ele seria ideal para o papel do protagonista, sugerindo-lhe que tentasse a sua sorte.
Por essa altura, Lucas tencionava dar o papel principal a William Katt, outro ator que, tal como Hamill , era loiro com olhos claros e tinha alguma experiência em televisão, mas mudou de opinião depois do teste realizado com Harrison Ford em dezembro, que pode ser visto na Internet (Brian De Palma acabou por ficar com Katt para "Carrie").
"Star Wars", que esteve para estrear em dezembro de 1976 antes de passar para 25 de maio de 1977, ficando quase um ano em exibição, tornou Mark Hamill uma estrela instantânea.
Esteve quase para ser o seu único filme: a 11 de janeiro de 1977, um acidente de automóvel deixa-o com ferimentos graves no rosto imberbe que o público descobriria meses mais tarde a olhar os dois sóis de Tatooine, obrigando Lucas a inventar uma escaramuça na neve no início de "O Império Contra-Ataca" para justificar as cicatrizes.
Tal como aconteceu sensivelmente na mesma época com Christopher Reeve depois do primeiro "Super-Homem", Mark Hamil preparava-se para vai descobrir que o público só o iria aceitar como Luke Skywalker: a comédia ligeira para adolescentes "Verão Quente" (1978) é apenas um moderado sucesso e quando tenta ganhar experiência no teatro com uma produção de "O Homem Elefante", a promoção anuncia que 'a Força continua... na Broadway'. Só durou três semanas.
Mais tarde, depois de ter algum sucesso sucedendo a Tim Curry na peça "Amadeus" em 1983, viu um produtor dizer ao realizador Milos Forman, quando chegou a altura da adaptação cinematográfica, 'Não quero Luke Skywalker neste filme'. O papel foi para Tom Hulce.
Nesta época, entre filmes de pouco destaque, apenas consegue fugir ao seu destino noutro filme notável, "O Sargento da Força Um", de Samuel Fuller e ao lado de Lee Marvin, entalado entre "O Império Contra-Ataca" (1980) e "O Regresso de Jedi" (1983), antes de passar o resto da década entre os palcos e pequenos papéis em televisão.
Quando, ironicamente substituindo outra vez Tim Curry, se torna a voz ao Joker na série de animação "Batman" em 1993, ganha uma segunda carreira que se estende até aos videojogos e se mantém até à atualidade.
É esta nova faceta do seu trabalho como ator mais "Star Wars" que o tornam efetivamente um ícone da cultura popular, capaz de gozar com a imagem no filme "Jay e Silent Bob Contra-Atacam" (2001) ou aceitar uma participação simbólica em "Kingsman: Serviços Secretos" (2015).
A carreira de Mark Hamill poderia ficar por aqui, não se desse o caso de George Lucas o convidar para um almoço com Carrie Fisher no seu rancho em Agosto de 2012 e informá-los que ia vender a Lucasfilm à Disney e o estúdio iria avançar com os episódios VII a IX de "Star "Wars".
'Fiquei chocado', recordou numa entrevista meses mais tarde.
"Star Wars: O Despertar da Força", estreia em dezembro de 2015, mas Luke Skywalker surge apenas nos instantes finais, para entusiasmo do público em todo o mundo.
Muito diferente da última vez que o vimos, a celebrar a derrota do Império em "O Regresso de Jedi" 32 anos antes, o que lhe aconteceu será certamente o tema central dos episódios que faltam, colocando novamente Mark Hamill no centro da história envolvendo os Jedis e o Império.
Agora, é sua vez de se tornar o mentor de 'uma nova esperança', representada por Rey (Daisy Ridley). Ou não tivesse ele regressado à saga com a mesma idade com que Alec Guiness se tornou Obi-Wan Kenobi e se encontraram pela primeira vez 'há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante'...
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