"É com os corações pesados que partilhamos a notícia de que Bill Paxton faleceu devido a complicações após uma cirurgia", disse a família do ator  num comunicado à imprensa, que sublinhava ainda o seu papel de “marido e pai dedicado", referindo que "Bill começou a sua carreira em Hollywood a trabalhar no cinema no departamento de direcção artística e teve uma carreira ilustre de quatro décadas como um ator e cineasta prolífico e amado. A paixão de Bill pelas artes era sentida por todos aqueles que o conheceram e a sua afabilidade e incansável energia eram inegáveis. Pedimos encarecidamente que respeitem o desejo de privacidade da família no luto pelo seu pai e marido adorado.".

Atualmente, aos 61 anos, era o protagonista da série televisiva "Training Day", que adapta para o pequeno ecrã o filme que valeu em 2002 o Óscar de Melhor Ator a Denzel Washington, e que começara a ser exibida no início deste mês.

Uma carreira  memorável, entre protagonistas e secundários

Bill Paxton fez uma longa carreira em papéis secundários em filmes de dimensão variável antes de ter oportunidade de brilhar em papéis principais. A primeira vez que deu nas vistas foi pelas mãos de James Cameron, como um dos delinquentes de "O Exterminador Implacável" (1984), surgindo a seguir em pequenos mas memoráveis papéis na maioria dos filmes do cineasta canadiano: foi um marine em "Aliens, o Recontro Final" (1986), um fala-barato arrogante em "A Verdade da Mentira" (1994) e um caçador de tesouros em "Titanic" (1997), além de narrar o documentário "Ghosts of the Abyss" (2003).

Ao longo dos anos 80, foi espalhando talento em fitas que se tornaram de culto na época, como "Estrada de Fogo" (1984), "Weird Science" (1985), "Comando" (1985), "Near Dark" (1987, em que Kathryn Bigelow se estreou na realização) e "Predador 2" (1990). Em 1992, pela mão de Billy Bob Thornton, teve finalmente um papel principal em "Confronto em Los Angeles" (1992).

Na década de 90, ascendeu a filmes de maior visibilidade e orçamento, como "Tombstone" (1993) ou "Apollo 13" (1995), chegando a cabeça de cartaz com o grande sucesso que foi "Tornado", em 1996. Seguiu na crista da onda como protagonista em "O Plano" (1998) e "O Grande Joe Young" (1998), mas depois regressou aos papéis de secundário, mas agora  de prestígio, em filmes como "O Submarino U-571" (2000), "2 Tiros" (2013), "No Limite do Amanhã" (2014) e "Nightcrawler - O Repórter na Noite" (2014).

Em 2005, tentou a sorte na realização, com o filme sobre golfe "O Melhor Jogo de Sempre", que repetiu em 2011 com "Tattoo", mas os resultados não foram estimulantes.

No século XXI, apesar de continuar a surgir sempre no cinema, foi na televisão que mais se destacou, principalmente como protagonista da muito premiada e elogiada série da HBO "Big Love", que teve cinco temporadas entre 2005 e 2011, e em que interpretou Bill Henrickson, o patriarca de uma família polígama, que lhe valeu três nomeações aos Globos de Ouro. Em 2011 voltou a congregar todas as atenções na mini-série "Hatfields & McCoys",  pela qual foi nomeado a um Emmy.

No cinema, vamos vê-lo ainda no final de abril em "The Circle", protagonizado por Emma Watson e Tom Hanks, e na televisão fica em aberto o destino da série que agora protagonizava, "Training Day", da qual foram exibidos apenas os primeiros quatro episódios nos EUA.

Artistas reagem à morte de Bill Paxton nas redes sociais:

William Shatner deu as suas condolências à família via Twitter. O ator Elijah Wood também reagiu, descrevendo Paxton como "um ser humano gentil".

A atriz Marlee Matlin, por sua vez, confessou-se "triste por ler no no dia dos Óscares que Bill Paxton morreu". Rob Lowe diz-se "devastado" por saber da morte do seu amigo próximo e "um dos melhores atores na indústria".

"A perda de um ícone como Bill Paxton é para lá de devastadora. Uma vez mais, um ícone partiu demasiado jovem e demasiado cedo", disse o ator Josh Gad.

"Bill Paxton, eras um dos meus favoritos, em tudo", disse a atriz Constance Zimmer.

"Estou tão triste por esta perda", disse o ator George Takei.

"Tristes notícias sobre Bill Paxton - demasiado novo. Há sempre humanidade, decência e toques de humor a brilhar no seu trabalho", disse o ator Jeffrey Wright.

"Bill Paxton era, apenas, um homem maravilhoso. Um homem maravilhoso...", disse o ator Tom Hanks

"Foste um grande amigo para mim, Bill. E um dos melhor atores com quem partilhar um set de filmagem. Envio muito amor à família de Bill Paxton", disse Charlize Theron, que contracenou com o ator em "O Grande Joe Young".

"RIP Bill Paxton. Perdemos-te cedo demais", disse o ator Tony Goldwyn.

Não!!! O Bill Paxton faleceu aos 61 anos. RIP um ótimo ator.", disse o ator Dean Cain.

Estou tão entristecido pelo falecimento de Bill Paxton. Tive o prazer de falar com ele algumas vezes nos últimos anos e era mesmo o tipo mais adorável", disse o realizador Edgar Wrigth.

"Bill Paxton era um dos meus atores favoritos. Pude dizer-lhe isso quando nos conhecemos há nos. Paxton era maravilhoso em tudo o que fez. Ele inspirou-nos", disse o ator Vincent D'Onofrio.

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