O ator francês Louis Jourdan, mais conhecido pelo seu papel no filme «Gigi», morreu no sábado, 14 de fevereiro, aos 93 anos, na sua casa em Los Angeles, depois de muitos anos de sucesso como o «french lover» do cinema americano.
Jourdan teve morte natural, segundo seu biógrafo oficial, Olivier Minnel.
Para o seu biógrafo, foi «um homem espetáculo, ator e também apresentador de televisão, onde atuou em grandes programas com Judy Garland, Frank Sinatra e Jerry Lewis». «Ele também foi modelo, principalmente para Pierre Cardin», acrescentou.
Louis Jourdan era o último representante dos intérpretes franceses que atravessaram o oceano durante ou logo a seguir à Segunda Guerra Mundial para trabalhar em Hollywood, onde fez muito sucesso nas décadas de 40 e 50 ao lado de grandes nomes da indústria.
«Ele encarnava a elegância francesa e Hollywood deu-lhe papéis com esse tom», afirmou Minnel.
Louis Robert Gendre, o seu verdadeiro nome, nasceu em Marselha a 19 de junho de 1921 e cresceu em Cannes. Fez a sua estreia no cinema francês em 1939 com «Le Corsaire» e atuou principalmente em comédias românticas.
Quando a França foi invadida pela Alemanha e o seu pai foi detido pela Gestapo, recusou-se a participar em filmes de propaganda nazi. Por um período breve de tempo chegou a abandonar a carreira para se juntar à resistência.
Convidado pelo produtor americano David O. Selnick para filmar em Hollywood, entrou para o elenco de um filme de Alfred Hitchcock, «O Caso Paradine» (1947).
No ano seguinte, esteve ao lado de Joan Fontaine na obra-prima de Max Ophuls «Carta de Uma Desconhecida». Em 1949 foi um dos muitos amantes de «Madame Bovary», no filme com Jennifer Jones realizado por Vincente Minnelli.
Nos anos 50, entrou nos muito populares «A Rainha dos Piratas», de Jacques Tourneur e com Jean Peters, bem como «Maldita Primavera» (52), ao lado de Charles Boyer. Na Europa, entrou no clássico romântico «A Fonte dos Amores» (54).
De regresso aos EUA, surgiu ao lado de Grace Kelly no ligeiro «O Cisne» (56) antes de começar a explorar territórios mais obscuros como o marido incrivelmente ciumento de Doris Day em «Julie» (56). Pela mesma altura encontrava Brigitte Bardot na romântica comédia francesa «A Noiva Era de Gritos».
O seu papel mais famoso foi no filme «Gigi», de Minnelli (1958), onde trabalhou ao lado de Leslie Caron e Maurice Chevalier. O filme ganhou nove Óscares, mas ele teve de se contentar apenas com uma nomeação para os Globos de Ouro.
Com o decorrer dos anos, Jourdan passou dos papéis de galã francês para os de vilões sofisticados. O mais marcante foi num filme de James Bond: «007 - Operação Tentáculo», de 1983.
Em 2010, Jourdan recebeu a Legião de Honra, a máxima condecoração da França. A sua vida pessoal foi marcada pela morte do seu único filho, Louis Henry, de overdose em 1981. A sua esposa, Berthe Frédérique, com quem esteve casado durante mais de 60 anos, falecera o ano passado.
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