Hollywood continua a reagir à decisão da Academia em deixar de fora da cerimónia o anúncio dos Óscares de Melhor Fotografia, Montagem, Caracterização e Melhor Curta-Metragem de Imagem Real.

No que é o fim de uma tradição, os discursos dos vencedores destas quatro categorias serão transmitidos em diferido ainda durante a cerimónia, sendo cortados comentários dos atores que as apresentarem e a lista de nomeações (também serão vistos, em direto e sem cortes, por streaming no site Oscar.com e nas redes sociais da Academia).

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Numa mensagem aos seus 380 membros, a American Society of Cinematographers (ASC), a organização americana dos diretores de fotografia e efeitos especiais, em que descreve a ação como "muito infeliz" e acrescenta: "Não podemos tranquilamente tolerar esta decisão sem protestar".

"Consideramos que o cinema é um esforço colaborativo em que as responsabilidades do realizador, diretor de fotografia, editor e outros ofícios frequentemente se cruzam. Esta decisão pode ser percebida como uma separação e divisão desse processo criativo, portanto minimizando a nossa essencial contribuição criativa", salienta o texto.

No mesmo sentido foi o realizador de "Roma", Alfonso Cuarón, que também está nomeado na categoria de Melhor Fotografia: "Na história do CINEMA, têm existido obras-primas sem som, sem cor, sem uma história, sem atores e sem música. Nunca existiu um único filme sem fotografia e sem montagem".

A reação do ator Seth Rogen foi mais irónica: "Que melhor forma de celebrar os feitos no cinema do que não honrar publicamente as pessoas cujo trabalho é literalmente filmar as coisas".

O mais corrosivo e demolidor foi o vencedor do Óscar Russell Crowe: "A Academia está a cortar fotografia, montagem e caracterização da cerimónia televisiva? Esta decisão é apenas tão fundamentalmente estúpida que nem sequer me vou incomodar em tentar ser chico-esperto sobre isso. É simplesmente demasiado burro para palavras".