Ficará para sempre na memória colectiva graças às suas prestações no pequeno ecrã, mas também deixou marca relevante no mundo do cinema, em filmes de realizadores de estilo tão diverso como David Cronenberg, Joseph Losey ou John Sturges:
Patrick McGoohan faleceu ontem, 13 de Janeiro, em consequência de doença ainda não divulgada, aos 80 anos.
McGoohan, que nasceu nos EUA mas viveu quase sempre em Inglaterra, estreou-se no teatro no final dos anos 40.
Destacou-se sobretudo pelo seu trabalho para a televisão britânica, principalmente como o agente secreto John Drake, protagonista da série de espiões
«Danger Man» entre 1960 e 1968, e como o misterioso Número 6 na mini-série de culto
«O Prisioneiro» (1967), que também co-produziu e co-escreveu, além de ter realizado alguns episódios.
Foi este o seu papel mais célebre e aquele que mais se lhe colou à pele, sobre o qual chegou a afirmar, quando participou no filme
«Braveheart – O Desafio do Guerreiro»: «o Mel Gibson será sempre o Mad Max e eu serei sempre o Número 6».
Por essa altura, já McGoohan tinha tido alguns papéis no cinema, onde se estreou em 1955 com
«Passage Home», de Roy Ward Baker. Depois, entre vários papéis menores, participou em filmes como
«A Cigana Vermelha» (1958) sob as ordens de Joseph Losey, ou
«Life for Ruth» (1962), realizado por Basil Dearden.
A partir do sucesso de «O Prisioneiro», e após ter recusado os papéis de James Bond, na série inicialmente protagonizada por Sean Connery, e de Simon Templar, no «Santo» que fez sucesso na televisão na pele de Roger Moore, McGoohan participou em filmes de maior sucesso e dimensão: a grande fita de aventuras
«Missão no Ártico» (1968), de John Sturges, ao lado de Rock Hudson e Ernest Borgnine; a adaptação do livro de Elmore Leonard,
«The Moonshine War» (1970), de Richard Quine;
«Maria Stuart, Rainha da Escócia» (1971), de Charles Jarrot, em que interpretava James Stuart; a comédia
«O Expresso de Chicago» (1976), de Arthur Hiller, com Gene Wilder e Richard Pryor; e
«Os Fugitivos de Alcatraz» (1979), de Don Siegel, com Clint Eastwood.
Também continuou a trabalhar em televisão, tendo ganho dois Emmys pela participação como actor na série
«Columbo», com Peter Falk, para a qual realizou cinco episódios e escreveu três.
A partir dos anos 80 a sua carreira no cinema foi sendo mais espaçada, mas ainda brilhou em filmes como
«Scanners» (1981), de David Cronenberg, ou
«Tempo de Matar», de Joel Schumacher, baseado no romance de John Grisham.
Porém, o seu papel mais elogiado das últimas duas décadas seria mesmo o de Rei Eduardo I, popularmente conhecido como Longshanks, no oscarizado épico de Mel Gibson,
«Braveheart – O Desafio do Guerreiro» (1995).
A sua última participação no cinema foi a dar voz a uma personagem da longa-metragem de animação da Disney
«O Planeta do Tesouro», em 2002.
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