A saudação à conquista deste prémio, atribuído à longa-metragem portuguesa "A Herdade" por um júri paralelo ao festival, foi inscrita no sítio 'online' da Presidência da República.

"Épico intimista, entre o melodrama e o imaginário do 'western' tardio, filme em diálogo com algum cinema clássico e moderno, nomeadamente o italiano, 'A Herdade' é uma história do Portugal contemporâneo contada a partir das vicissitudes de uma família de proprietário rurais do sul do país", descreve o Presidente, na mensagem de felicitações.

O Bisato d'Oro (Enguia de Ouro) é um prémio paralelo aos galardões oficiais do festival de Veneza, atribuído por um júri independente presidido por Paolo De Cesare, distinto igualmente dos prémios da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci).

"Uma obra de espaços, de tensões de não-ditos, de personagens fracas e fortes, contraditórias, que mantém uma memorável sobreposição entre os traumas privados e as mudanças políticas, e que manifesta além do mais a diversidade do cinema português", sublinha ainda Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a nova longa-metragem de Tiago Guedes.

"A Herdade", que entrou na competição oficial do festival - o mais antigo da Europa -, é protagonizado por Albano Jerónimo e Sandra Faleiro, e tem produção de Paulo Branco.

Para o júri do Prémio Bisato d'Oro, o filme português, "embora de forma mais íntima e menos espetacular, tem reminiscências do 'Novecento' de Bertolucci", concluindo que "a história é um pedaço de vida, um tempo passado com personagens que se tornam companheiras numa preciosa viagem".

A longa-metragem conta a história de uma família dona de uma propriedade latifundiária, ao mesmo tempo que traça "o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje", segundo a sinopse.

Contactado pela agência Lusa, o ator Albano Jerónimo comentou: "Estamos muito contentes com este prémio e as perspetivas que nos traz".

O filme "A Herdade" está confirmado também para competir no festival de Toronto, e chegará aos cinemas portugueses a 19 de setembro.

O prémio Enguia de Ouro é atribuído todos os anos em Veneza. Em 2007 premiou "Cristóvão Colombo - O Enigma", de Manoel de Oliveira, como Melhor Filme.

Em 1989, “Recordações da Casa Amarela”, de João César Monteiro, recebeu em Veneza o Leão de Ouro, e também o prémio da crítica Bastone Bianco.

Este ano, o Bisato d'Oro premiou igualmente o documentário “Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, da brasileira Bárbara Paz.

O filme - que no palmarés oficial do festival de Veneza foi distinguido com o Prémio para Melhor Documentário Sobre Cinema - traça um paralelo entre a arte e a doença do realizador de origem argentina Hector Babenco, que dirigiu filmes como "Pixote, A Lei do Mais Fraco" e "O Beijo da Mulher Aranha".

O filme "Joker", do realizador norte-americano Todd Phillips, foi o vencedor do Leão de Ouro da 76.ª edição do festival de cinema de Veneza, anunciou hoje o júri da competição oficial, presidido por Lucrecia Martel.

O Grande Prémio do Júri foi atribuído ao filme "J´Accuse", de Roman Polansky, e o Leão de Prata de Melhor Realizador foi para o sueco Roy Anderson, por "About Endlessness".

Yonfan, cineasta de Hong Kong, recebeu o prémio de Melhor Argumento por "No.7 Cherry Lane", um filme de animação de Zhang Gang.

Iniciado a 28 de agosto, com a estreia de "La vérité", do realizador japonês Hirokazu Kore-eda, o festival de cinema de Veneza terminou hoje com a exibição "The Burnt Orange Heresy", do realizador italiano Giuseppe Capotondi, no qual entra o músico Mick Jagger.

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