Woody Allen afirmou esta quinta-feira que não ficou ofendido com a piada sobre si durante a cerimónia de abertura do Festival de Cannes na véspera, onde foi apresentado o seu filme "Café Society".
"Não me incomodou nada. Tive coisas piores do que isso ditas sobre mim".
Na noite anterior, o anfitrião da cerimónia, o ator Laurent Lafitte, gelou o público presente ao afirmar que "é um prazer que esteja na França, porque nos últimos anos filmou bastante na Europa, mesmo sem ter sido condenado por violação nos Estados Unidos".
A piada controversa era uma referência às acusações de ter violado a filha adotiva Dylan Farrow, que surgiram durante o processo de divórcio com Mia Farrow em 1992. O assunto voltou à atualidade com um artigo de Dylan em 2014 no jornal The New York Times.
Num almoço com a imprensa, Allen acrescentou que enquanto comediante, defende o direito dos seus colegas fazerem "todas as piadas que quiserem".
Questionado se esta piada em particular o tinha ofendido, respondeu logo que "seria preciso muito para me ofender".
O realizador recusou ainda comentar um artigo recente do seu filho Ronan Farrow, que acusa a imprensa em Cannes de não levar a sério as acusações.
"Escrevi sobre tudo isso no New York Times há alguns anos", referindo-se na resposta ao artigo de Dylan Farrow em 2014. "E disse na altura que não vou comentar o assunto".
Claro que Woody Allen filma na Europa principalmente pelos incentivos económicos e fiscais, ao contrário do realizador Roman Polanski, que não pode voltar aos Estados Unidos por ter sido condenado pela violação de uma menor e abandonado o país antes de ser detido para cumprir a pena de prisão.
No seu Instagram, a atriz Emmanuelle Seigner, esposa de Polanski, mostrou que não encarou a piada com o mesmo 'fair-play' de Woody Allen: chamou Laurent Lafitte de "patético".
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