O disco foi gravado em três dias, num ritmo diário de 12 horas. A limitação de tempo devia-se ao orçamento de que a banda dispunha e da agenda por parte dos estúdios Abbey Road, em Londres. “Foi o disco da nossa carreira produzido num menor período de tempo”, conta Silas Ferreira ao SAPO Música.

Desses três dias nasceram dez novas canções, responsáveis por tornar a nova aposta d’Os Pontos Negros num disco “mais cru” em comparação com o anterior “Pequeno-almoço Continental”, editado em 2010.

“É um disco ótimo para tocar ao vivo, porque foi gravado praticamente nestas condições”, considera Jónatas Pires.

Com “Pequeno-Almoço Continental”, a banda procurava fazer “algo diferente”, paradigma que, dizem, não esteve presente no processo de composição de “Soba Lobi”. “Neste disco havia um desejo de querermos voltar às origens, mas sem sermos nostálgicos e sem estarmos a forçar algo que já não somos”, afiança Silas Ferreira.

Gravarem nos conceituados estúdios londrinos não deu “uma camada extra de verniz” às canções, antes pelo contrário. “Foi tudo mais bruto e mais rude, próximo daquilo que fazemos nos concertos”, destaca ainda.

Quiseram arriscar na escolha do título do novo álbum e adiantam que “Soba Lobi” surgiu “por brincadeira”. “Não tínhamos um conceito agregador para o disco e a expressão surgiu num contexto de umas gravações, em que dissemos estar a ouvir algo soba lobi, expressão enquadrada numa frase sem sentido”, recorda.

Por outro lado, indicam que queriam ser “presunçosos” neste campo. “Soba é o chefe de uma tribo em Africa e Lobi remete para o anglicismo ‘lobby’. Queríamos criar a ideia de que havia alguma conspiração por detrás deste disco ou da banda. Era do nosso interesse jogar com isto”, reflete Silas Ferreira.

No próximo dia 13 de outubro, Os Pontos Negros sobem ao palco do Ritz Clube para também deixar a sua marca no número 57 da Rua da Glória em Lisboa, naquele que vai ser o espetáculo de apresentação de “Soba Lobi”.

Do alinhamento do espetáculo podem estar cerca de 30 canções, algumas delas retiradas do primeiro disco da banda lançado em 2005 pela editora Flor Caveira, “Mini-Saia”.

“Não é uma retrospetiva, mas vai ser um com concerto agregador de tudo aquilo que é a obra d’Os Pontos Negros, desde o tempo em que tocávamos numa cave”, conclui Jónatas Pires.

O concerto está marcado para as 23:00.

@Daniel Pinto Lopes