PP - Os Benshee formaram-se a partir de um projecto a solo, protagonizado pelo actual vocalista do grupo, Diogo Caramujo. O que motivou a formação de uma banda e, consequentemente, a pausa no trabalho a solo?
Diogo Caramujo- Quando as primeiras músicas começaram a ser compostas, senti logo que o projecto teria demasiado peso para uma carreira a solo,sendo necessária a ajuda de mais cabeças a pensar nas composições das música, já para não falar nos vários intrumentos que seriam precisos para se tocar ao vivo. Os Benshee chegaram a ter seis elementos para poderem executar os temas na perfeição, embora agora sejamcompostosapenas por quatro elementos (tivemos de recorrerà ajuda de alguma tecnologia - samples e pads -para o conseguirmos fazer com menos dois elementos). E, com o passar do tempo, tenho a certeza que a melhor escolha foi deixar o projecto a solo de lado e seguir caminho como banda.
PP - Entre os actuais membros da banda, encontram-se dois irmãos - o Diogo e o Tiago Caramujo – e um amigo de infância. Esta proximidade e longevidade da amizade entre integrantes da banda facilita, efectivamente, o vosso trabalho e toda a coesão que lhe é, de certa forma, imposta?
B - Pensamos que, para se ser uma banda, não é preciso apenas saber tocar. Tem de se ser, antes de mais, um grupo unido, e tem de existir aquela amizade capaz de mover o barco!Os Benchee têmisso, sem dúvida, pois já passaram por muito todos juntos e conseguiram sempre superar os obstáculos, estando cada vez mais unidos. Penso que o facto de haver membros da mesma familia na banda e um grande amigo de infancia ajuda muito na coesão que é imposta para o projecto…embora, por vezes, tambem haja aquelas discuções que fazem parte de qualquer projecto (risos), principalmente entre os irmãos!
PP - Que formação musical têm os membros dos Benshee?
B - Nenhum de nós têm formação musical. Somos todos auto-didactas, os chamados «músicos de ouvido».
PP - E qual a origem do vosso nome?
B - Devemos ser dos poucos projectos musicais que não têm grande históriana origemdo nome da banda. Pedimos a alguns amigos ajuda para a escolha de um nome,sendo queuma das sugestões foi Benshee. Soava bem e achámos que tinha a ver com o estilo de música que tocamos.
PP - Venceram, em 2007, um concurso de música moderna, decorrido em Seia. Este ano chegaram às finais do RRW, cujos resultados serão divulgados no próximo dia 13 de Novembro, e do Levi’s Unfamous Awards. De que forma têm contribuído os concursos de música para a carreira dos Benshee? São, efectivamente, uma plataforma que ajuda à divulgação e exposição de uma banda?
B - Os concursos são das poucas oportunidades que as bandas novas têm para mostrar o seu trabalho. Sem dúvida que este tipo de iniciativas podem ser a rampa de lançamento para algumas bandas. Para nós, o concurso de música moderna em Seia foi um grande passo, pois acabámos por ganhar, e, com o dinheiro do prémio, demos inicio às gravações do EP. O Rock Randez Worten e o Levi’s Unfamous Music Awards foram, igualmente,uma grande ajuda na divulgação da banda, pois, quando fomos anunciados finalistas em ambos os concursos, as visitas às nossas páginas web cresceram de forma notável, já para não falar na presença da imprensa nos locais dos eventos. Foi muito positivo.
PP - Lançaram, em Junho passado, o vosso EP de estreia, “Waiting For The Lights”. Falem-nos um pouco sobre esse trabalho. Que influências podem ser detectadas nele? Que mensagem pretendem passar com o registo?
B - O EP “Waiting for the lights” foi um dos primeiro objectivos que a banda conseguiu alcançar. O trabalho foi todo produzido por nós e por António Porém Pires, um grande amigo nosso que assumiu, logo de inicio, um papel importante na produção do EP. As grandes influencias do EP vêm do pop rock britânico -poderão ser encontradas influências de Coldplay, Keane, Snow patrol, entre outras. Como o nomesugere, estivemos muito tempoà espera das luzes, e pensamos que, finalmente, chegou a hora de sair de vez para fora da sala de ensaios e tirar todos os temas para fora da gaveta. Esperança é, então,a mensagem que tentamos passar!
PP - No decorrer das gravações de “Waiting For The Lights”, assistiu-se à saída do Victor Justo (guitarra) e do Daniel Costa (teclas) da banda. O que esteve na origem da saída?
B - A saida do Victor e do Daniel foi algo que não estavamosà espera, tendo acontecido na pior altura. Chegámos, inclusive,a por em causa a continuação do projecto. Eles tiveram de abandonar a banda por questões profissionais, pois, como devem calcular, não conseguimos viver apenas da música, e todos nós temos outras profissões para além da banda.
PP - Cerca de três anos decorridos desde a formação dos Benshee, continuam “como banda independente à procura de editora”. É, ainda, nos dias de hoje, uma editora crucial à emancipação de uma banda? Não ponderam, à semelhança das mais recentes opções de várias bandas, manterem-se independentes, «senhores e donos» do vosso destino discográfico?
B - Hoje em dia, o panorama musical em Portugal está cada vez pior,com asgrandes editorasa não daremoportunidades aos projectos novos, principalmente aos que cantam em Inglês. Já estivemos em reuniões várias vezes com discográficas, mas nenhuma delas resultou em contrato. Enquanto isso não acontece, vamos tentando promover o nosso trabalho de forma independente e o melhor que conseguimos, embora toda este lógica do «do it yourself» exija muito mais de nós.
PP - Por último, qual a importância das redes sociais, comoo Palco Principal, na carreira dos Benshee e respectiva divulgação?
B - Plataformas como o Palco Principal ou o Myspace são os principais meios de divulgação das bandas hoje em dia, quer bandas independentes, como bandas com contratos assinados. É ai que temos mais contacto com os fãs, aos quaisé dada a possibilidade de fazerem uploads de vídeos e fotos, mantendo-se permanentemente actualizados. Estar em destaque no Palco Principal é mais uma grande prova de que este tipo de plataformas é um grande meio de divulgação para as bandas independentes.
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