“O veredito prejudica qualquer criador que esteja a fazer algo que possa ser inspirado por outra coisa”, comentou o produtor, co-intérprete da canção, em entrevista ao “Financial Times”.

“Isto aplica-se à moda, à música, ao design… a tudo. Se perdermos a nossa liberdade de sermos inspirados, um dia vamos ver e a indústria do entretenimento como a conhecemos estará congelada em litígios. Isto é sobre proteger os direitos intelectuais das pessoas que têm ideias”, continuou Pharrell, que acrescentou: “Tudo que está à tua volta num quarto foi inspirado por alguma coisa ou alguém. Se matares isso, não há criatividade”.

Recorde-se que Robin Thicke e Pharrell Williams vão ter que pagar à família de Marvin Gaye 7,3 milhões de dólares, uma vez confirmada a violação de direitos autorais. A dupla vai, no entanto, recorrer da decisão do júri, conforme confirmou o seu advogado, Howard E King, em entrevista à “Fox Business”.

“Nós devemo-lo aos compositores de todo o mundo, temos que nos certificar que este veredito não prevalece”, disse o advogado, que continuou: “Vamos exercer todos os recursos pós-julgamento a que temos direito, de forma a garantirmos que este veredito não prevalece. Só porque oito pessoas acham que duas canções são semelhantes não significa que elas sejam. Eu acho que esta é uma decisão horrível que vai afetar a cedência, ou não, por parte das editoras, dos fundos necessários para a nova música ser criada”.

Recorde-se que Blurred Lines rendeu aos seus intérpretes – Thicke, Pharrell e T.I. - e respetivas companhias discográficas mais de 16 milhões de dólares. Ao primeiro foram pagos 5 658 214 dólares, tendo Pharrell Williams recebido 5 153 457 dólares. T.I. ganhou, por sua vez, 704 774 dólares com o tema.