O músico tinha agendado um concerto para abril, que cancelou por coincidir com a cerimónia de entrega dos prémios da “International Songwriting Competition”, nos quais alcançou um 2.º lugar na categoria “world”.

O concerto de 16 de novembro às 21:00 no grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, integra o cartaz do Misty Festival. A angolana Aline Frazão fará a primeira parte do espetáculo, anunciou a produtora Uguru que organiza o Festival.

Sobre o álbum “Classics of My Soul”, o músico angolano destacou “o papel fundamental” do produtor, Derek Nakamoto, que foi pianista de Michael Jackson. “Trabalhámos com franqueza relativamente ao que se estava a fazer; o Derek [Nakamoto] já tem o problema do ego resolvido e era arte o que queríamos fazer”, disse.

“Para mim, fazer este disco foi um sonho que sempre acalentei pela música de Angola”, disse o músico à Lusa, referindo que, no seu primeiro álbum, também gravou alguns temas com a Orquestra Municipal do Rio de Janeiro. “Tive sempre o sonho de cantar uns clássicos da música de Angola, vestidos com outra roupagem, neste caso os arranjos feitos pela Orquestra Sinfónica de Londres”, que é dirigida por Nick Ingman.

Além de temas cantados em português, o álbum, editado pela Enja, inclui canções em umbundo, língua do sul de Angola, e em quimbundo, predominante no norte.

O CD inclui 11 temas entre os quais “Teresa Ana”, “Calção roto no rabo”, “Humbi Humbi Yangue”, “Muxima” ou “M’biri M’biri”.

“Foi um disco suado, foi duro fazer isto, houve uma longa caminhada para chegar a estes pormenores”, disse o músico que acrescentou: “Quis realmente mostrar ao mundo aquela música ancestral que é a angolana, e os arranjos musicais dão uma maior dimensão à própria realidade da música angolana”.

Nascido há 59 anos, em M’Banza Kongo, no norte de Angola, o músico realçou, nas declarações à Lusa, “os primeiros tempos” e a influência do pai, que compunha música sacra.

Hoje as novas gerações de músicos apontam-no como uma referência, mas não se sente uma estrela, disse. “Falam do meu trabalho, me tomam como uma referência, mas eu ando na rua, abraço todos e tenho a felicidade, graças a Deus, que tudo sabe, de ser reconhecido em todo o país, em qualquer lado que vá, isso é verdade”, afirmou.

Com “Classics of my soul”, Waldemar Bastos conta atuar, ainda este ano, em França, Áustria, Coreia do Sul e Brasil.

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