Este será um regresso da cantora carioca a Portugal, onde tem atuado com alguma regularidade desde que, em 2015, lançou "Mulher do Fim do Mundo", o primeiro álbum de músicas inéditas, apesar da longa carreira na música brasileira.

Sobre "Deus é Mulher", no qual volta a rodear-se de músicos da nova música brasileira, Elza Soares tem de novo uma voz ativa e ativista sobre direitos humanos, minorias, liberdade sexual, vítimas de violência.

"Minha função neste momento é a de fazer o mundo melhorar. Tenho a obrigação de fazer isso. (...) A luta da mulher é incessante. Tem o machismo, o assédio, o racismo. Dói ainda ver, em 2018, o negro sendo xingado, marginalizado, sem ter o direito de ser gente", disse a cantora numa entrevista no ano passado à revista Vogue.

Elza Soares esteve em Portugal em 2016 e 2017, em digressões em que apresentou "A Mulher do Fim do Mundo", elogiado pela crítica brasileira e internacional.

"Deus é Mulher" integra temas compostos, entre outros, por Rodrigo Campos, Douglals Germano, Rómulo Fróes, Tulipa Ruiz e Pedro Luís, que assina o tema "Deus há de ser".

É nesta música, que encerra o alinhamento, que se faz referência ao título do álbum: "Deus é mulher/Deus há de ser/Deus há de entender/Deus há de querer/Que tudo vá para melhor/Se for mulher, Deus há de ser".

"A tour 'Deus é Mulher" vem denunciar e, ao mesmo tempo, propor alternativas para mazelas sociais discutidas atualmente, tais como a desigualdade racial, a violência doméstica, familiar contra as mulheres, a liberdade sexual feminina, o genocídio contra LGBTQI, a corrupção polííca brasileira, entre tantos outros temas", refere a promotora.

Elza Soares nasceu no Rio de Janeiro, em 1937. Surgiu no programa de talentos "Calouros em Desfile" e gravou o primeiro álbum, "Se Acaso Você Chegasse", em 1959, a que se seguiram mais de três dezenas de discos.

Em 1999, foi eleita pela BBC como a cantora brasileira do milénio.