Esta disponibilidade foi demonstrada em reunião do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), tendo o presidente da Câmara de Espinho, Pinto Moreira, destacado que “a nave polivalente de Espinho tem uma área útil superior ao MEO Arena”.

Nesta reunião, os autarcas da AMP concordaram em que a região se afirme como sendo capaz de acolher o evento no próximo ano, por dispor de “equipamentos” para o efeito, mas também hotéis suficientes.

O presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP) e da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, já tinha defendido a realização do evento musical no Europarque, que fica no seu concelho.

Mesmo sem se ter realizado a reunião ordinária do CmP, por falta de quórum, na sexta-feira o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, adiantou que o pavilhão Multiusos local também tem condições para acolher o festival Eurovisão.

Hoje, os autarcas decidiram que, depois de a AMP mostrar que tem condições e equipamentos disponíveis para a realização do festival da Eurovisão, “cada autarquia [interessada] apresentará individualmente a sua candidatura”.

Emídio Sousa referiu que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, em carta enviada ao CmP, mostrou disponibilidade para apoiar candidaturas na AMP, designadamente no Europarque e Multiúsos de Gondomar.

No final da reunião, em declarações aos jornalistas, Emídio Sousa afirmou que, em Santa Maria da Feira, o trabalho para candidatar o Europarque “já está adiantado” e que “já existem algumas conversas com a RTP”.

Já em 20 de maio Emídio Sousa tinha defendido que o Europarque, em Santa Maria da Feira, deve ser considerado no processo de escolha do local para a realização do Festival Eurovisão da Canção de 2018.

Na semana passada, em Ponta Delgada, nos Açores, o presidente da RTP disse que a estação pública vai “analisar de cabeça aberta todas as possibilidades” para realizar o Festival Eurovisão da Canção de 2018, garantindo que a escolha vai recair em “opções seguras”.

“A RTP está numa fase em que, por um lado, analisamos os cadernos de encargos, ou seja, as obrigações e as exigências que nos são colocadas, e, por outro lado, vamos analisar de cabeça aberta todas as possibilidades”, afirmou então Gonçalo Reis.

Em Portugal, custos abaixo da média

Portugal pode entrar na história da Eurovisão, organizando o festival da canção a custos inferiores à média dos últimos cinco anos, que ronda os 25 milhões de euros, defendeu o investigador Jorge Mangorrinha, em declarações à agência Lusa.

Para o professor universitário, investigador, autor e coordenador de vários estudos sobre os festivais da canção, o Eurofestival, em Portugal, deve ser organizado “criativamente, com base num orçamento mais baixo do que a média dos últimos cinco anos, para que se quebre a tendência para valores elevados, e até para que, no futuro, todos possam ser capazes de sediar” o acontecimento.

O investigador da Universidade Lusófona, com doutoramento e pós-doutoramento nas áreas de Urbanismo e Turismo, que nos últimos dois anos efetuou um estudo sobre como Lisboa se deverá preparar para receber o festival, cita a edição de 2012, em Baku, no Azerbaijão, como uma das que teve orçamento mais elevado, com custos "acima dos 55 milhões de euros”, incluindo a construção de “uma nova arena de espetáculos”.

A partir desse ano, os valores desceram, afirma o investigador, exemplificando com os 42,4 milhões de euros gastos em Copenhaga, em 2014, os 38,5 investidos em Viena, em 2015, os 30 milhões investidos este ano em Kiev, e os 14 milhões gastos em Estocolmo, em 2016, o valor mais baixo dos últimos cinco anos.

Ou seja, a média dos custos de organização do festival, nestes anos, ronda os 25 milhões de euros, valor em que Portugal se pode basear, ou que pode mesmo baixar, através de "uma aposta minimalista, mas imaginativa" e “de parcerias”, que permitam organizar o certame com uma verba que Mangorrinha acredita poder ser “recuperada a curto, médio e longo prazo”, até porque "o investimento passa também pela rede ‘eurovisiva’ e pelas empresas, e não só pela RTP e pelo município".