No centro da polémica está a série de televisão “Pistol”, que deverá ser transmitida no próximo ano e é dirigida por Danny Boyle, premiado com Óscares pela direção dos filmes “Trainspotting” e “Slumdog Millionaire”.

O guitarrista Steve Jones e o baterista Paul Cook querem que as canções apareçam na produção, que é baseada nas memórias de Jones, revela a agência de notícias Associated Press (AP).

Já o ex-vocalista Rotten, cujo nome verdadeiro é John Lydon, entende que a série é “desrespeitosa” e por isso recusa-se a dar permissão para que as canções sejam incluídas.

O processo já está em tribunal e Edmund Cullen, advogado de Jones e Cook, disse na quinta-feira ao juiz que os ex-companheiros de Sex Pistols têm um relacionamento "frágil e turbulento".

A defesa de Cullen baseia-se num acordo de banda celebrado em 1998, que veio definir que as decisões sobre os pedidos de licenciamento poderiam ser determinadas por maioria.

Já Lydon alega que as licenças para usar as músicas têm sempre de ter o seu consentimento.

Nesta batalha legal, Cullen defende que tanto o baixista original da banda, Glen Matlock, quanto o espólio do substituto de Matlock, Sid Vicious, apoiaram a posição de Cook e Jones.

A AP recorda que Vicious morreu em 1979, quando tinha apenas 21 anos.

Já o advogado de Lydon, Mark Cunningham, alega que as memórias de Jones – que servem de base para a série - retratavam o cantor "com uma luz hostil e nada lisonjeira".

A determinada altura, acrescenta Cunningham, Johnny Rotten é descrito como "o pirralho irritante com a grande estrutura óssea que está sempre a pedir mais", refere a AP.

O processo judicial prossegue na próxima semana.

Formados em Londres em 1975, os Sex Pistols tornaram-se um símbolo com canções como “God Save the Queen” e “Anarchy in the U.K.”

A banda separou-se em 1978 após lançar um álbum, mas os membros reuniram-se várias vezes para dar concertos.