Num festival com uma já habitual intensa presença internacional, Almada vai também assistir às estreias de uma adaptação pela companhia de teatro residente de “Se é Isto um Homem”, de Primo Levi, com encenação de Rogério de Carvalho e interpretação de Cláudio da Silva, bem como de “O Sonho”, de Strindberg, encenado por Carlos Avilez e apresentado pelo Teatro Experimental de Cascais.

A atriz portuguesa Maria de Medeiros vai partilhar o palco do Teatro Municipal Joaquim Benite com Bulle Ogier (que entrou em filmes como “O Charme Discreto da Burguesia”, de Buñuel, e protagonizou “L’Amour Fou”, de Jacques Rivette) nos dias 07 e 08 de julho em “Un Amour Impossible”, que parte do romance de Christine Angot, numa encenação de Célie Pauthe que se estreou em Paris em 2017.

Para além das já anunciadas presenças do encenador Robert Wilson e da atriz Isabelle Huppert em “Mary Disse o Que Disse”, de Darryl Pinckney, o Festival de Almada vai receber a estreia nacional de “Macbettu”, encenado por Alessandro Serra, “um ‘Macbeth’ em língua sarda”, como descreve a organização em comunicado, realçando que a peça foi classificada como espetáculo do ano de 2017 pela Associação Nacional de Críticos de Teatro em Itália.

“No futuro, quando olharmos para trás, 2019 será ‘o ano em que veio o Robert Wilson e a Isabelle Huppert’. E, de facto, graças ao esforço conjunto com o Centro Cultural de Belém, o Festival de Almada recupera nesta edição uma das suas características mais distintivas”, sublinha o diretor artístico do festival, Rodrigo Francisco, na mensagem de abertura do programa, referindo-se à capacidade que o evento detém para atrair nomes sonantes do teatro internacional.

O festival vai abrir no dia 4 de julho, na Escola D. António da Costa, com “A Boda”, de Bertolt Brecht, encenado por Ricardo Aibéo, seguindo-se, nos dias 5, 6 e 7, na Incrível Almadense, “Provisional Figures”, projeto de Marco Martins com não-atores de Great Yarmouth, no Reino Unido.

Também a partir de dia 5, o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, vai receber “As Três Sozinhas”, de Anabela Almeida, Cláudia Gaiolas e Sílvia Filipe.

Ao longo da programação são múltiplas as presenças da língua castelhana, começando com “La Partida”, de Vero Cendoya, um espetáculo de rua coreográfico para cinco bailarinas, cinco jogadores de futebol e um árbitro a partir de textos de Eduardo Galeano, que vai ter lugar na Praça São João Baptista, igualmente no segundo dia de festival.

Rafael Álvarez encena “Esquilo, Nacimiento y Muerte de la Tragedia”, enquanto a companhia T4, de Buenos Aires, leva ao palco “Un Poyo Rojo”, havendo ainda espaço para a também argentina “País Clandestino”, de Maëlle Poésy e Jorge Eiro.

O Théâtre de Nîmes, de França, leva à Escola D. António da Costa “Franito”, “uma revisitação brilhante do flamenco” encenada por Patrice Thibaud, enquanto a companhia Non Nova, de Nantes, apresenta “Saison Sèche”, peça estreada no Festival de Avignon do ano passado com encenação e dramaturgia de Phia Ménard e Jean-Luc Beaujault.

Por seu lado, as companhias 1er Temps, de Dakar, e ABC, de Paris, levam a Almada “De Quoi Sommes Nous Faits?!”, uma proposta coreográfica para quatro intérpretes de Andréya Ouamba com encenação de Catherine Boskowitz.

O espetáculo de honra deste ano – escolhido pelo público da edição anterior para que se repetisse em 2019 - cabe a “Dr. Nest”, da alemã Familie Flöz, e vai ser levado à cena no dia 14, no palco grande da Escola D. António da Costa.

O festival vai também receber concertos, uma noite para crianças na esplanada da Escola D. António da Costa no dia 9 de julho, cursos de formação, exposições e debates.

As assinaturas do festival custam 75 euros, enquanto os preços dos bilhetes para os espetáculos individuais variam consoante a sala em Almada, Lisboa e Cascais.