A vocalista dos Amor Electro é a aposta da organização para “motivar os fãs de outras áreas da música a ouvirem jazz”, disse à Lusa o diretor artístico do Festival de Jazz do Valado dos Frades, Adelino Mota.
O modelo, testado o ano passado com um tributo a Frank Sinatra, interpretado por Carlos Alberto Moniz, surge este ano como uma das novidades a “replicar nos próximos três anos, com outros artistas convidados”, explicou.
Marisa Liz e a Big Band do Município da Nazaré marcam, assim, no dia Internacional do Jazz (30 de abril) o arranque de uma programação que, até final de junho, levará ao Valado dos Frades, no concelho da Nazaré, nove concertos, um dos quais internacional.
O festival que, com este concerto inaugural no Cine-Teatro da Nazaré, extravasa as fronteiras da freguesia, prossegue em maio com enfoque na vertente pedagógica.
O “Jazz vai à escola” centra-se nesta edição no Centro Escolar de Famalicão, cujos alunos poderão ouvir, no dia 11, os Pumpkin Land’s Combo, formação que no dia 19 atuará para o público em geral na praça Bastião Fernandes, na Nazaré.
Trata-se de uma das diversas formações que nos últimos anos têm surgido no concelho, “fruto da tradição que o jazz ganhou na região com o festival”, sublinhou Adelino Mota, em relação ao grupo com um repertório baseado em padrões de jazz, com versões próprias, homenageando artistas como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Nat King Cole, Nina Simone ou Natalie Cole, entre outros.
No dia 27, o jazz sairá à rua, com a Dixienaza Jazz Band, outro projeto local, a atuar na marginal da Nazaré para “promover o festival e o jazz junto da população e turistas”, disse o diretor.
Maio encerra com Nelson Cascais a homenagear Jorge Reis apresentando “Men-Tor”, um projeto com base no álbum “Pueblos” e que junta em palco o saxofonista João Mortágua, o pianista Mário Laginha, o guitarrista André Fernandes e o baterista André Sousa Machado, que integraram a banda a quando da gravação do disco.
No primeiro fim de semana de junho, o Ensemble Super Modern leva à Biblioteca de Instrução e Recreio (BIR), no Valado, um concerto sem linha estética definida e com o improviso a chegar a diferentes géneros musicais.
Depois, Joana Machado dá voz a “Lifestories”, uma coleção de dez temas feitos nos últimos dois anos, baseados em histórias pessoais na pesquisa de sonoridades, reunindo influências musicais da soul ao rock’n'roll.
O Quarteto de Pedro Moreira abre o cartaz de junho, levando, no dia 07, à BIR, um novo projeto sem instrumentos harmónicos.
Segue-se, no dia 08, Ricardo Pinto Quinteto, que levará ao palco sonoridades de “A Sul”, o terceiro trabalho discográfico do trompetista.
Finalmente, o festival encerra a 09 de junho com o Abe Rábade Trio a fechar o cartaz com o único concerto internacional do programa, apresentando, pela primeira vez em Portugal, o disco “Once”, gravado em 2016.
O festival realizado há duas décadas mantém, segundo o diretor artístico, “a característica de decorrer numa sala intimista e fazer lembrar os antigos clubes de jazz” contando normalmente com lotação esgotada na sala com capacidade para cerca de 230 pessoas.
O Festival de Jazz do Valado dos Frades é apoiado pela Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal da Nazaré.
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