De acordo com o agente Blake Zidell, que representa o produtor de álbuns como "Lost in the Stars" e "Lulu", que reuniu Lou Reed e os Metallica, em 2011, Hal Willner, de 64 anos, apresentava sintomas consistentes com os causados pelo novo coronavírus, embora não tivesse sido sujeito a diagnóstico.

Nascido em Filadélfia, em 1956, Willner iniciou-se como produtor musical na década de 1970, em Nova Iorque, com músicos como The Nelville Brothers. Fazia parte da equipa do magazine Saturday Night Live, da NBC, desde 1980.

Ao longo da sua carreira, produziu álbuns de autores como William S. Burroughs, Lucinda Williams, Laurie Anderson, Allen Ginsberg e Marianne Faithfull, cantora britânica que se encontra internada em Londres, com a doença COVID-19.

Willner está igualmente associado à conceção de homenagens a Thelonious Monk, o pianista do 'bebop', e a Nino Rota ("Amarcord Nino Rota"), o compositor italiano de bandas sonoras dos filmes de Federico Fellini.

"Lost in the Stars: The Music of Kurt Weill", "Stay Awake: Various Interpretations of Music from Vintage Disney Films" e "Weird Nightmare: Meditations on Mingus", dedicado ao contrabaixista Charlie Mingus, são outros álbuns concebidos por Hal Willner, que se destacaram nas últimas décadas.

O nome do produtor passa também por filmes da Disney e por trabalhos com músicos como Sting, Keith Richards e Ringo Starr, Wynton e Branford Marsalis, Carla Bley, Steve Lacy e Jaki Byard.

O tributo a Tim Buckley, em 1991, em Nova Iorque, e o lançamento da carreira do filho do músico, Jeff Buckley, contou também com o trabalho do produtor.

A morte de Hal Willner foi entretanto lamentada por atores e músicos como Julia Louis Dreyfus, Van Dyke Parks, Beth Orton, Ben Stiller, Judd Apatow e Sean Ono Lennon, entre outros.

Os Sonic Youth publicaram na sua página, no Facebook, uma fotografia do contrabaixista de jazz Charlie Mingus para lembrar o produtor, e um texto do seu guitarrista Thurston Moore: "Colocámos [esta foto] em homenagem a Hal Willner que morreu em Nova Iorque devido ao vírus. Hal era um amigo de todos, um verdadeiro amante da música, que esteve ao serviço de muitos que iluminaram o mundo, de Mingus a Marianne Faithful, Allen Ginsberg, William Burroughs, Gregory Corso, Lou Reed, Laurie Anderson. É difícil de acreditar que partiu, mas o seu trabalho e a sua energia são eternos".

Thurston Moore recorda também a última vez em que trabalhou com Hal Willner, numa sessão de leitura de poemas de Lou Reed, na Biblioteca Pública de Nova Iorque, em 2017: “Encantou-me com histórias maravilhosas sobre o trabalho com Mingus, nos seus últimos anos. Hal (...) tinha um 'charme' genuíno. Aqui fica o 'Pithecanthropus Erectus', de Mingus, lançado em 1956, o ano em que [Hal] nasceu".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

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