Há coisas que não mudam. Depois de dois anos de hiato quase total para os festivais de música, o JN North Festival arranca hoje, na Alfândega do Porto, com a intenção de ser o “melhor de sempre”, diz à Lusa Jorge Veloso, responsável pela organização.

O início, como é apanágio dos festivais, foi tímido, ou não fosse hoje quinta-feira, dia de semana, mas, aos poucos, e com o avançar da hora, o espaço foi-se compondo, num dia em que o rock, em português, é rei.

Miguel Bettencourt, de 48 anos, está com um grupo de amigos, vieram “diretamente dos Açores para aqui”, conta, para “ver tudo, mas com especial destaque para Linda Martini e Ornatos Violeta”.

Para o açoriano, “hoje é o dia mais forte mas, no sábado, há GNR, The Jesus and Mary Chain, The Waterboys”, que também lhe enchem as medidas.

“Como sou dos Açores, não tenho muita experiência de festivais. Já fui ao Alive, ao Primavera Sound, aqui no Porto, mas não sou muito festivaleiro, gosto mais de concertos. Este tem a vantagem de não ter muitos concertos a acontecer ao mesmo tempo”, explica.

Também de longe, ainda que menos, veio José Pereira, de 45 anos, que rumou de Leiria ao Porto, também para “ver tudo, mas, especialmente, Linda Martini e Ornatos [Violeta]”, uma resposta muito comum entre os que passam hoje pela Alfândega do Porto.

Do regresso aos festivais espera “o costume: bom ambiente, boa música e, especialmente, aquela adrenalina de um concerto ao vivo, que já tinha passado um bocadinho”.

Estar de novo num recinto onde a música impera é “espetacular, é o regresso ao passado”, considera.

Para outros, este que já há dois anos luta para inaugurar a época festivaleira, é mesmo o primeiro.

É o caso de Pedro, de 18 anos, que veio de Vila Real para “ver Ornatos”.

Quando questionado sobre a sensação do regresso, responde: “É o primeiro festival, nunca vim a nenhum”.

Até agora, “está a ser fixe”, garante, ainda com muito para ver.

Mas nem só de festivaleiros se faz um festival. Numa banca de café, Beatriz Silva, de 28 anos, dançava alegremente ao som PAUS.

Para esta trabalhadora temporária, o regresso de eventos como este é importante.

“Já não tinha trabalhos assim desde o início da pandemia. Mesmo em lojas, e qualquer coisa que se relacione com trabalho temporário, tem sido muito complicado”, confessa.

Este ‘biscate’ é “muito bom!”, exclama: “Ainda nos pagam para ver concertos. Maravilhoso”.

De frente para o rio Douro, na ‘hora dourada’ de um dia quente, destaca a “paisagem maravilhosa”.

A música? “Não conheço, mas está bom”, atira.

Como tantos outros, dos três dias de festival, destaca Ornatos, os cabeças de cartaz de hoje.

“Para mim fica arrumado, e já valeu a pena”, diz Beatriz.

Nas primeiras horas, a afluência ainda era tímida, mas, de forma ordeira e consistente, o recinto foi-se enchendo de muita gente que quer celebrar, com atraso, os 30 anos da banda portuense Ornatos Violeta.

Jorge Veloso realça que “a adesão tem sido fantástica” e que a intenção é “chegar às 40 mil pessoas”.

Ser o primeiro grande evento deste género, depois de três adiamentos, “é uma responsabilidade”.

“A desafios já estamos habituados, agora, a essa responsabilidade, não fugimos. (…) Só temos de fazer o que tínhamos previsto para há dois anos. Temos de ser mais assertivos, não pode haver falhas, todos os olhos estão postos em nós. Seremos o primeiro de muitos”, afiança.

Depois de alguns cancelamentos, “a programação está ‘super’ coerente”, considera: “O primeiro dia ‘let’s rock’, o segundo ‘let’s dance’, e o último dia, ‘let’s remember’.

De volta aos concertos após dois anos em que não se realizou, devido à pandemia de covid-19, o North Music Festival (NMF) ganha agora o nome do Jornal de Notícias como patrocinador.

O festival arranca hoje em português, com Ornatos Violeta, Linda Martini, Paus, Zen, Paraguaii, Pedro da Linha, S. Pedro e Riot.

O segundo dia é encabeçado por Don Diablo e Robin Schulz, mas conta ainda com atuações de Capicua, Domingues, T-Rex, Cassete Pirata, Throes + The Shine, Marc Vedo, Zanova e Peace Maker!.

The Jesus and Mary Chain, The Waterboys e GNR são os nomes principais de sábado, num encerramento em que sobem também a palco Conjunto Cuca Monga, Keep Razors Sharp, Moullinex & Xinobi e DJ Vibe.

No novo alinhamento 'caíram' nomes como OneRepublic e The Script, que tinham sido anunciados para outubro, mas também Deftones, que estavam marcados para a primeira tentativa.

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