"Senti a necessidade de talvez me encontrar mais comigo próprio, estar sozinho e fazer as minhas coisas de forma diferente do que tinha feito até agora musicalmente", afirmou o músico à agência Lusa.

O álbum sai a 3 de maio e é antecipado pelo tema "Boo", que conta com a participação do músico brasileiro Marcelo Camelo, um dos convidados deste primeiro registo em nome próprio.

Embora tenha a participação de mais músicos, como Carlão e Valete, Fred Ferreira disse que este não é um álbum de canções escritas por ele e interpretadas por outros.

"Demorei muito tempo a fazer o disco sozinho, já o tinha na minha cabeça há muito tempo. (...) Tudo o que está ali sou eu, a 200 por cento. É a coisa mais honesta que posso fazer neste momento. Mais do que aquilo não consigo", disse.

Sobre o processo criativo e de gravação do álbum, Fred Ferreira recordou um tempo de autoconhecimento profissional, com muitas horas passadas em estúdio, que coincidiu com uma fase de reflexão e mudança pessoal, mais espiritual.

"Estava a precisar de me encontrar, estava um bocado perdido em algumas questões. [O disco] tem muito a ver com o amor que temos que ter por nós próprios. (...) Olhar de repente, ao fim de não sei quantos anos, que nem sempre cuidei de mim como deve ser, de uma forma amorosa comigo próprio", disse.

Frederico Pinto Ferreira, 37 anos, cresceu ligado à música por razões familiares - é filho de Kalu, dos Xutos & Pontapés, irmão do músico Sensi - e começou a tocar bateria na adolescência.

Depois da primeira banda oficial, os Yellow W Van, nas duas últimas décadas o músico foi inscrevendo o nome, como instrumentista, autor e produtor, em projetos como Buraka Som Sistema, Os Dias da Raiva, 5-30, Banda do Mar (na foto acima), Orelha Negra, Slow J, Língua Franca, Oioai, com Francis Dale ou a fadista Raquel Tavares.