No voto, apresentado pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, recorda-se o percurso biográfico de António Salvado, natural de Castelo Branco, que se licenciou em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido igualmente bolseiro do Governo francês em Paris.

Poeta, estudioso, professor, humanista e democrata, foi ainda enquanto aluno da Faculdade de Letras que publicou o seu primeiro livro de poemas – A Flor e a Noite -, tendo publicado críticas e artigos de conteúdo literário no Diário de Notícias e noutros periódicos e revistas, refere o voto.

“A sua obra singular, inspirada em Luís de Camões, mas com referências que vão de Bocage, Almeida Garrett e Alexandre Herculano a Cesário Verde, Fernando Pessoa ou Mário de Sá-Carneiro, António Salvado tem como fio condutor da sua escrita a esperança, ainda que, o amor e a morte sejam temas recorrentes, aliando-se dor e angústias às evocações ao divino”, destaca o texto.

O conjunto da sua obra mereceu várias distinções, com destaque para o Grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago e Espada, com o qual foi agraciado pelo Presidente da República em 2010, a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade da Beira Interior (2016), o Prémio Fernando Chinaglia/Personalidade Cultural (1980), da União Brasileira de escritores, e a Medalha de Mérito da Universidade Pontifícia de Salamanca (1986).

“A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta um merecido tributo à memória de António Salvado bem como à sua dedicação à poesia e à cultura, transmitindo aos seus familiares e amigos as suas sentidas condolências”, refere a parte resolutiva do voto.